Ofertas do mercado de capitais atingem R$ 44,9 bilhões em fevereiro

Debêntures registram R$ 30,2 bilhões, patamar mais alto para fevereiro dos últimos sete anos

Foto: Marcello Casal Jr./ABr

As empresas captaram R$ 44,9 bilhões no mercado de capitais em fevereiro, segundo dados da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais). O resultado é semelhante ao mesmo mês do ano anterior, quando o volume totalizou R$ 44,5 bilhões. Entre janeiro e fevereiro de 2025, as empresas acumularam R$ 89,2 bilhões.

“Os resultados de janeiro e fevereiro confirmam os novos patamares do mercado e de capitais e que o ano começou em um ritmo forte para a maior parte dos instrumentos de renda fixa, como já esperado em períodos com juros nos níveis atuais. No último mês, diversos produtos registraram altas acima das expectativas, o demonstra que tanto emissores quanto investidores conseguem encontrar uma alternativa adequada de captação para o momento no mercado de capitais atual”, explica Guilherme Maranhão, presidente do Fórum de Estruturação de Mercado de Capitais da ANBIMA.

As debêntures somaram R$ 30,2 bilhões em ofertas encerradas no mês. Foi a maior captação registrada em um mês de fevereiro dos últimos sete anos. Os recursos foram destinados principalmente para investimentos em infraestrutura (39,8%) e pagamento de dívidas (22,5%). Os principais subscritores dos papéis foram os intermediários e demais participantes ligados à oferta (70,2%) e os fundos de investimento (28,5%). Já o prazo médio das debêntures atingiu 10,4 anos.

NOTAS COMERCIAIS

As notas comerciais alcançaram volume de R$ 3,6 bilhões. O resultado é 26 vezes superior a fevereiro de 2024, quando o setor captou R$ 135 milhões. Quase a totalidade dos recursos (R$ 3,6 bilhões) vieram de subscritores intermediários e demais participantes ligados à oferta.

Nos instrumentos de securitização, as ofertas de FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios) totalizaram R$ 5,9 bilhões, mais que o dobro na comparação com o mesmo período de 2024 (101,3%). Já as emissões de CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) e de CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) recuaram 41,9% e 76,2%, respectivamente. Enquanto os CRAs levantaram R$ 2,1 bilhões, os CRIs, tiveram volume de R$ 1,9 bilhão.

Entre os híbridos, os fundos imobiliários movimentaram R$ 919,4 milhões e os Fiagros (Fundos de Investimento em Cadeias Agroindustriais) chegaram a R$ 250,0 milhões no período. No mercado externo para fevereiro de 2025, seis ofertas de renda fixa somaram US$ 6,6 bilhões, o maior volume desde junho de 2020. Mais da metade (54,8%) corresponde a emissões com prazos entre 6 e 10 anos.