Mais de 40% das demissões feitas no RS em 2024 foram a pedido do trabalhador

Estado é o quinto com o maior número de desligamento feito nesta condição

Foto: Senai / Reprodução / CP
Em 2024, o Rio Grande do Sul contabilizou 1.539.296 admissões e 1.475.850 desligamentos, totalizando saldo de 63.446 postos de trabalho. Do total de desligamentos, 40,9% foram realizados a pedido do trabalhador; 38,7% foram demitidos sem justa; 17,5% foram desligados devido ao término do contrato com prazo determinado; 1,4% foram demitidos com justa causa e 1% foram desligados por meio de acordo entre as partes. Os dados fazem parte de um levantamento feito pela Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (FGTAS) , com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED).

O ano de 2024 foi o primeiro que os desligamentos a pedido do trabalhador registraram o maior índice desde a implementação do Novo Caged realizada em 2020. Naquele ano, 52% das demissões eram sem justa causa; 27% foram realizadas a pedido do trabalhador e 16% foram motivadas pelo término do contrato por prazo determinado.

O Rio Grande do Sul é o 5º estado com o maior número de desligamentos a pedido do trabalhador no país e o 6º com a maior proporção de demissões a pedido em relação ao total de desligamentos. Outubro de 2024 foi o mês que registrou o maior número de desligamentos a pedido do trabalhador (56.129) e maio, o menor (39.077). Já os setores econômicos que contabilizaram os maiores números de demissões a pedido foram a indústria de transformação (23,4%) e o comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (28,8%). A Serra e o Vale do Taquari foram as regiões que registraram os maiores números de desligamentos a pedido.

PERFIL DESLIGADOS

51% eram homens e 49%, mulheres. 45% tinham entre 19 e 29 anos; 25%, 30 e 39 anos; 16%, 40 e 49 anos; 8%, 50 e 64 anos e 6%, 18 anos. Com relação à escolaridade, 54,1% possuíam Ensino Médio completo; 10,7%, Médio incompleto; 9,8%, Superior completo; 9,6%, Fundamental incompleto; 8,9%, Fundamental completo e 6,7%, Superior incompleto.

De acordo com a análise realizada pela Seção de Informação e Pesquisa da FGTAS, os desligamentos a pedido são relativamente mais frequentes entre os mais escolarizados, se concentram entre os mais jovens e mais frequentes entre trabalhadores brancos (71,4%).

Em 2024, no RS, 37% dos desligamentos ocorreram no setor de serviços; 26%, no comércio e 24%, na indústria. Com relação ao perfil dos trabalhadores desligados, 55,1% eram homens e 44,8%, mulheres. Ainda, 26,3% tinham entre 18 e 24 anos; 25,4%, 30 e 39 anos; 17,8%, 25 e 29 anos; 17,2%, 40 e 49 anos; 9,8%, 50 e 64 anos; 2,4%, até 17 anos e 0,8%, 65 anos ou mais. No que tange à escolaridade, 53,6% possuíam Ensino Médio completo; 11,4%, Fundamental incompleto; 10,9%, Médio incompleto; 9,8%, Fundamental completo; 8,1%, Superior completo; 5,7%, Superior incompleto; e 0,3% eram analfabetos.