
A mulher suspeita de participar da morte e esquartejamento de um homem de 55 anos, identificado como Milton Prestes da Silva, se entregou à polícia neste sábado, na Delegacia de Torres, no Litoral Norte. O crime foi descoberto pela polícia na manhã da última terça-feira, quando o corpo da vítima foi encontrado e queimado dentro de um freezer de uma casa na praia de Quintão, em Palmares do Sul.
A mulher, de 47 anos, era companheira de Milton Prestes da Silva. Ela se apresentou na delegacia acompanhada de um advogado e foi interrogada. Em depoimento, ela negou ter participado do crime. Após, ela foi encaminhada ao Presídio Estadual Feminino de Torres. Isso porque na quinta-feira, a Justiça de Palmares do Sul decretou a prisão temporária da mulher.
O filho da suspeita, de 23 anos, já havia sido preso preventivamente na última semana, após confessar ter esfaqueado o padrasto. Ele encontra-se recolhido na Penitenciária Modulada Estadual de Osório. Segundo o delegado Antônio Carlos Ractz Júnior, responsável pelo caso, a Polícia Civil agora concentra esforços na apuração da possível participação de um terceiro indivíduo no crime e as investigações continuam para esclarecer todas as circunstâncias do caso.
O crime
O corpo de Milton Prestes da Silva foi encontrado por familiares e populares na manhã de terça-feira. Isso porque o homem não era visto desde o dia 27 de fevereiro. Familiares e amigos estranharam o sumiço e teriam resolvido perguntar aos moradores da localidade sobre a situação.
Os relatos da vizinhança davam conta de que, no sábado, havia bastante fumaça na residência onde Milton morava. Um odor de algo queimado também exalava através das janelas do lugar. O relato dos familiares é de que a companheira de Milton teria sido questionada e não soube explicar o paradeiro do homem.
Após, ela teria embarcado em um automóvel e fugiu do local, antes da descoberta do corpo. Desde então, a mulher era considerada procurada pela polícia. No mesmo dia, cerca de 10h depois do corpo ter sido encontrado, o filho da mulher e enteado do comerciante, de 23 anos, teria confessado o assassinato do comerciante, alegando que a mãe sofria violência doméstica.
Conforme a versão do suspeito, o crime ocorreu entre a noite de quinta-feira e a madrugada de sexta-feira, na casa onde o padrasto e a mulher moravam e mantinham uma loja de conveniência, na rua Visconde de São Leopoldo. O rapaz afirmou que esfaqueou o padrasto, colocou o corpo no freezer e, no dia seguinte, o retirou para esquartejar e queimar os restos mortais. Ele afirmou que pretendia enterrar o cadáver.
Embora tenha alegado um histórico de agressões contra a mãe, a Polícia Civil apurou que não há registros de violência doméstica envolvendo o casal. “É a alegação dele, mas não há boletins de ocorrência nem relatos de familiares que confirmem isso. Precisamos aprofundar a investigação”, afirmou o delegado Antônio Carlos Ractz Júnior.