
“Esse programa transformou as nossas vidas e vai ficar marcado em nossas memórias. Sem o auxílio do Recupera Indústria RS, hoje nós não teríamos condições de retomar a operação das máquinas e nem de manter a empresa funcionando”, diz agradecida Dulce Brenner, sócia-proprietária da ABL Plásticos, destacando o contato que estabeleceu com o presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial.
Dulce é uma das donas de uma indústria familiar que fabrica sacos plásticos em Canoas e foi beneficiada pelo Recupera Indústria RS. O parque fabril da ABL Plásticos foi tomado pelas enchentes de abril e maio de 2024, ocasionadas pelo excessivo volume de água das chuvas. As máquinas ficaram submersas. Consequentemente, pararam de funcionar.
Até o fim de janeiro deste ano, exatamente 726 equipamentos industriais, de pelo menos 100 empresas do RS, voltaram a operar com o apoio do convênio de cooperação técnica assinado em julho do ano passado pela ABDI, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-RS) e a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs).
Foram reparadas uma média de sete máquinas industriais, entre estacionárias e não estacionárias, por empresa. As estacionárias são fixas em um local específico dentro da fábrica ou linha de produção e normalmente são ancoradas para garantir estabilidade, como tornos, prensas e esteiras transportadoras. As não estacionárias são móveis e podem ser transportadas para diferentes locais, conforme necessário, como empilhadeiras, compressores móveis e ferramentas elétricas manuais.
APORTE
Com o objetivo de reabilitar o maquinário de micro, pequenas e médias empresas industriais gaúchas gravemente atingidas pelas enchentes, o convênio viabilizou o aporte de R$ 9,4 milhões. O repasse está associado ao programa Recupera Indústria RS e contou com o encaminhamento de R$ 8,5 milhões da ABDI para o Senai-RS, o executor do acordo, ao qual coube a contrapartida de R$ 945 mil.
A Della Nonna, indústria alimentícia que tem como carro-chefe a Batata Palha Della Nonna e que, em 2025, completa 40 anos, também recebeu apoio do programa e recuperou uma câmara fria de armazenamento de 20 toneladas. Foram reparados os motores, os painéis de controle e toda a parte elétrica do equipamento.
Localizada próxima ao aeroporto de Porto Alegre, no bairro Navegantes, o parque fabril da empresa ficou submerso em mais de dois metros de água misturada com esgoto, produtos químicos e combustível. Isso porque a empresa está próxima ao Rio Guaíba, a estabelecimentos como postos de gasolina e indústria de produtos químicos.
Do parque fabril da empresa da dona Dulce foram recuperadas duas máquinas de corte e soldas de alta produtividade e reformadas as máquinas extrusoras (responsáveis por produzir moldes), bem como todos os componentes de eletroeletrônicos.
O convênio entre as instituições estabeleceu a meta de atender pelo menos 100 empresas com o investimento de R$ 85 mil para a execução do Plano de Ação Individual (PAI) de cada negócio. A metodologia PAI foi desenvolvida por pacotes de trabalho padronizados para a restauração do funcionamento mínimo de cada empreendimento a partir de avaliações técnicas e manutenções corretivas das máquinas.
A ideia é que as ações do Recupera Indústria RS tenham continuidade. Neste momento, está sendo estruturado o próximo plano de ação para o programa. “Estamos avaliando a possibilidade de iniciar um novo ciclo dessa parceria entre ABDI, Senai e Fiergs para expandir as iniciativas de reestabelecimento da indústria gaúcha”, comenta a analista de Produtividade e Inovação da ABDI Claudia Alves.