Um vazamento na usina nuclear Angra 2, que vem sendo mantido sob sigilo, foi descoberto no dia 25 de dezembro do ano passado, mas os gestores da usina decidiram que o reparo só será feito na próxima manutenção, daqui a 12 meses.
Há quase dois meses, a usina Angra 2 funciona em um modo “estepe”, classificam servidores, que falaram ao blog sob condição de anonimato. Apreensivos com a decisão da nova gestão, alguns afirmam que “a segurança nuclear está em risco”.
Angra 2 faz parte do Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, complexo formado ainda pelas usinas Angra 1 e Angra 3 (em construção), em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, às margens da BR-101.
Entenda o vazamento
O vazamento de líquido aconteceu em um primeiro selo do núcleo. No total, dois selos e um dreno protegem a vedação do equipamento, impedindo que radioatividade se espalhe dentro da contenção de concreto e que um acidente nuclear mais grave, conhecido como LOCA (Loss of Coolant Accident, ou perda de líquido de arrefecimento, em português) aconteça.
O vazamento do primeiro selo é previsto no manual como um acidente “relevante”, mas de reparo simples. Simples, mas caro. A usina precisaria ser desligada para a troca do selo.
Com o primeiro selo rompido, o líquido refrigerante circula na primeira câmara, mas um dreno impede que algum problema mais sério ocorra logo a curto prazo. O funcionamento com o dreno é viável, mas não pode se alongar.