A partir das 19h desta sexta-feira, médicos do Hospital Universitário (HU) e Hospital de Pronto Socorro de Canoas (HPSC) entram em paralisação de atendimentos, cirurgias eletivas e novas internações. Isso porque os profissionais com contrato de Pessoa Jurídica (PJ) estão sem receber seus vencimentos desde o final de 2024, de acordo com o presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), Marcelo Matias.
Ele conta que, no HU, havia um acordo de prazo para o pagamento dos valores em atraso nesta sexta, mas com a não quitação dos vencimentos até o momento. Já no HPSC, os médicos estão sem receber desde outubro do ano passado, sem promessa por parte da Prefeitura de Canoas sobre quando a quitação deverá ser realizada. Matias reforça que mais de 100 profissionais da área da medicina estão com seus pagamentos atrasados.
“Existem dívidas históricas entre a Prefeitura de Canoas com os médicos. Agora, a saúde novamente se torna uma preocupação muito grande. Algumas escalas já estão incompletas antes mesmo da paralisação pois não tem como convencer os profissionais a fazer plantão sem ter garantia de recebimento. É uma situação muito grave que vai refletir em outros municípios da região, especialmente em Porto Alegre”, salientou o presidente do Simers.
No HU, entre os principais serviços que devem ser paralisados estão as novas internações. Os pacientes que já estão internados no local seguirão com atendimento mantido. A emergência obstétrica do HU também será mantida, com os atendimentos feitos pelos profissionais contratados via Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Já no HPSC, os atendimentos de urgência e emergência seguirão ativos, mas áreas distintas serão paralisadas. Entre elas, a dos profissionais de anestesia, impactando no funcionamento de outras áreas como cirurgia geral e traumatologia, fazendo com que pacientes possam ser encaminhados para outros hospitais da região em caso de necessidade de intervenções cirúrgicas.
“Na origem da terceirização, o ente público terceirizava para alguém. Depois passou que o ente público agora terceirizava a empresa e essa empresa terceirizada contrata um médico PJ. Portanto, virou um processo quarteirizado. E no final de contas, vira uma situação na qual os médicos não recebem, e a população que paga impostos não tem acesso à sua saúde. Está tudo errado”, completou Marcelo Matias.
Procurada, a Prefeitura de Canoas, por meio da Secretaria Municipal da Saúde, informa que segue em negociações e realizará na tarde desta sexta-feira o encaminhamento de uma proposta de pagamento de valores atrasados para o corpo médico do Hospital Universitário e do Hospital de Pronto-Socorro.