As transações correntes do balanço de pagamentos foram deficitárias em US$9,0 bilhões em dezembro de 2024, ante déficit de US$5,6 bilhões em dezembro de 2023. Na comparação interanual, o superávit comercial diminuiu US$ 4,3 bilhões; o déficit em serviços aumentou US$1,0 bilhão; o déficit em renda primária diminuiu US$1,5 bilhão; e o superávit em renda secundária aumentou US$360 milhões. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira, 24, pelo Banco Central.
No ano de 2024, o déficit em transações correntes somou US$56,0 bilhões (2,55% do PIB), ante US$24,5 bilhões (1,12% do PIB) em 2023. O aumento de US$31,4 bilhões no déficit deveu-se à redução de US$26,1 bilhões no superávit da balança comercial e ao crescimento de US$9,8 bilhões no déficit de serviços, parcialmente compensados pela redução no déficit de renda primária, US$4,1 bilhões, e pelo aumento no superávit de renda secundária, US$367 milhões.
A balança comercial de bens foi superavitária em US$4,3 bilhões em dezembro de 2024, ante saldo positivo de US$8,6 bilhões em dezembro de 2023. As exportações de bens totalizaram US$25,1 bilhões, redução de 13,2% na comparação interanual, enquanto as importações de bens aumentaram 2,3%, na mesma base de comparação, totalizando US$20,8 bilhões. No ano de 2024, a balança comercial registrou superávit de US$66,2 bilhões, redução de 28,2% em relação a 2023. As exportações de bens somaram US$339,8 bilhões, redução de 1,2%, e as importações somaram US$273,6 bilhões, aumento de 8,8%.
O déficit na conta de serviços totalizou US$4,6 bilhões em dezembro de 2024, 27,3% superior ao déficit de US$3,6 bilhões registrado em dezembro de 2023. A conta de transportes registrou despesas líquidas de US$1,4 bilhão, aumento de 27,0% na comparação com dezembro de 2023, impulsionadas pelas elevações do volume importado e do custo de frete. Os serviços de propriedade intelectual registraram despesas líquidas de US$841 milhões, aumento de 14,6% ante US$733 milhões em dezembro de 2023. As despesas líquidas com viagens internacionais alcançaram US$568 milhões, aumento de 23,7% em relação a dezembro de 2023, com acréscimos de 16,0% nas receitas (para US$721 milhões) e de 19,2% nas despesas (para US$1,3 bilhão).
SERVIÇOS
No ano de 2024, o déficit em serviços somou US$49,7 bilhões, aumento de 24,7% comparativamente ao déficit em 2023, US$39,9 bilhões. Destacaram-se os aumentos das despesas líquidas de serviços de propriedade intelectual, US$3,2 bilhões; transportes, US$2,4 bilhões; serviços de telecomunicação, computação e informações, US$1,5 bilhão; e aluguel de equipamentos, US$1,4 bilhão. A receita líquida de outros serviços de negócio recuou US$1,7 bilhão.
O déficit em renda primária somou US$9,1 bilhões em dezembro de 2024, redução de 13,8% comparativamente ao déficit de US$10,6 bilhões em dezembro de 2023. As despesas líquidas com lucros e dividendos, associadas aos investimentos direto e em carteira, totalizaram US$4,1 bilhões, inferiores aos US$4,6 bilhões registrados em dezembro de 2023. Na comparação interanual, as despesas e as receitas brutas com lucros e dividendos aumentaram 3,3% e 34,7%, respectivamente. As despesas líquidas com juros somaram US$5,1 bilhões em dezembro de 2024, US$1,0 bilhão inferiores às registradas em dezembro de 2023.
No ano de 2024, o déficit em renda primária totalizou US$75,4 bilhões, 5,1% inferior ao déficit de US$79,5 bilhões registrado em 2023. As despesas líquidas de lucros e dividendos de investimento direto e em carteira somaram US$45,6 bilhões em 2024, 8,9% abaixo dos US$50,0 bilhões em 2023. As despesas brutas recuaram US$1,5 bilhão, enquanto as receitas brutas aumentaram US$3,0 bilhões, na mesma comparação. As despesas líquidas de juros somaram US$30,3 bilhões em 2024, aumento de 1,9% em relação aos US$29,7 bilhões em 2023. Em 2024 houve crescimentos de 4,6% nas receitas brutas de juros, para US$10,5 bilhões, e de 2,6% nas despesas brutas de juros, para US$40,8 bilhões.
INVESTIMENTOS DIRETOS
Os investimentos diretos no país (IDP) somaram ingressos líquidos de US$2,8 bilhões em dezembro de 2024, ante saídas líquidas de US$2,0 bilhões em dezembro de 2023. Os ingressos líquidos em participação no capital atingiram US$4,8 bilhões, compostos por US$4,5 bilhões em participação no capital exceto lucros reinvestidos, e US$296 milhões em lucros reinvestidos. As operações intercompanhia totalizaram saídas líquidas de US$2,0 bilhões.
No ano de 2024, o IDP totalizou US$71,1 bilhões (3,24% do PIB), aumento de 13,8% em relação a 2023, em que totalizou US$62,4 bilhões (2,85% do PIB). O ingresso líquido em participação no capital somou US$60,1 bilhões, aumento de 13,7%, com incremento de 57,0% em reinvestimentos e recuo de 15,2% em ingressos de investimentos exceto lucros reinvestidos. O ingresso líquido em operações intercompanhia somou US$11,0 bilhões, aumento de 14,6%.
Os investimentos em carteira no mercado doméstico totalizaram saídas líquidas de US$12,6 bilhões em dezembro de 2024, compostos por saídas líquidas de US$8,1 bilhões em ações e fundos de investimento e saídas líquidas de US$4,5 bilhões em títulos de dívida.
No ano de 2024, os investimentos em carteira no mercado doméstico somaram saídas líquidas de US$4,3 bilhões, resultado de saídas líquidas de US$17,1 bilhões em ações e fundos de investimentos e ingressos líquidos de US$12,8 bilhões em títulos de dívida. Em 2023, os ingressos líquidos somaram US$10,6 bilhões, com ingressos de US$803 milhões em ações e fundos de investimentos, e de US$9,8 bilhões em títulos de dívida.
As reservas internacionais somaram US$329,7 bilhões em dezembro de 2024, redução de US$33,3 bilhões em relação ao mês anterior. Contribuíram para reduzir o estoque de reservas a liquidação de vendas à vista, US$19,8 bilhões; a concessão de linhas com recompra, US$11,0 bilhões; e as variações por preços, US$1,5 bilhão, e por paridades, US$1,4 bilhão. As receitas de juros contribuíram para elevar o estoque em US$754 milhões.