A ministra da Saúde, Nísia Trindade, esteve ontem pela manhã em Pelotas. A agenda começou com uma reunião na prefeitura do município que é referência para a saúde na região. Ela destacou a importância de reforçar o sistema de saúde local e de uma gestão integrada com o governo federal e o município para enfrentar os desafios da saúde pública na região. Nísia recebeu demandas dos hospitais locais. O representante do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) entregou um documento onde manifesta o interesse de contribuir com o projeto Alyne que visa garantir uma maior assistência a gestantes.
“Estamos em um momento muito importante de reorganizar para trabalharmos juntos e os hospitais serão fundamentais. Estamos com o grande desafio de reduzir a fila de cirurgias, exames e consultas”, observou. Segundo informações da secretária municipal de Saúde, Ângela Vitória, atualmente 60 mil pessoas aguardam consultas com especialistas em Pelotas, oito mil esperam por cirurgia e em torno de 60 estão no Pronto Socorro esperando por leitos.
Nisia confirmou que ouviu de autoridades os principais problemas da saúde de Pelotas. “Muitos já conhecíamos, mas a visão da prefeitura é fundamental porque nós temos que trabalhar juntos. Os principais problemas discutidos foram o Pronto Socorro que é algo que o prefeito está empenhado e uma necessidade da população”, enfatiza.
Outro assunto discutido em Pelotas foi o papel da cidade como polo dentro do programa Mais Acesso a Especialistas que visa reduzir o tempo de espera para consultas e exames. “Para que as pessoas tenham o diagnóstico e tratamento em tempo certo para oncologia, cardiologia, oftalmologia, otorrinolaringologia e ortopedia que foram as especialidades que definimos com Estados e municípios, Trabalhamos com a ideia de que juntos iremos avançar nos programas de interesse da população”, garante. Ela anunciou a organização conjunta do trabalho e fortalecimento da atenção primária “ É onde é possível expandir equipes e fortalecer programas no município”, observa.
A ministra visitou as obras do novo Hospital de Pronto Socorro, que a projeção é que o prédio seja entregue até o final de junho deste ano. Sobre o custeio do novo HPS, Nísia disse que há duas possibilidades e garantiu que o planejamento da questão começa imediatamente. “Além disso temos programas de indução importante que também alavancam recursos de custeio como é o caso do para a redução de filas e o mais acesso a especialistas. Não venho anunciar o montante de recursos, mas um plano em conjunto que vamos traçar para que haja a parceria efetiva, que já ocorre hoje, mas precisa avançar entre o governo federal e a prefeitura de Pelotas”, observa.
Ela também esteve no novo Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) que segue em obras de mais dois prédios, com previsão de conclusão em até quatro anos. Ela lembrou que a obra do hospital escola está no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), então é uma obra apoiada pelo Governo Federal. “ Vamos trabalhar com o prefeito toda a pauta de prioridades colocada por ele para juntos vermos as habilitações, os apoios, de equipamentos nessa direção que vamos trabalhar”, disse.
O superintendente do hospital escola, Thiago Collares apresentou para a ministra um tour virtual das obras. Ela conheceu a estrutura que está em funcionamento. “As ações do hospital universitário passaram a ser vistas como ações de saúde. Saímos com propostas para alavancar residências médicas e enfermagem”, destacou. Ele também entregou demandas por equipamentos do HE e de duas outras instituições da rede Ebserh, os hospitais das universidades Federal do Rio Grande (Furg) e Federal de Santa Maria (UFSM).
O último compromisso da ministra foi na Faculdade de Medicina da UFPel. Em um auditório lotado, ela ouviu a exposição do secretário-adjunto da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), Rivaldo Venâncio, sobre ações relacionadas ao aedes aegypti que serão implantadas na cidade. Uma delas é a utilização de uma tecnologia que impede a bactéria, uma vez presente na fêmea do aedes transmite o vírus, é como uma vacina na fêmea do aedes. Para ela, a mensagem da camiseta que vestia é fundamental para a população também. “O enfrentamento da dengue é para todos. A prefeitura precisa reduzir os focos. Sabemos que as informações deste ano estão muito abaixo que no ano passado, mas o trabalho tem que continuar. Disponibilizamos testes rápidos e queremos trabalhar integrados”, observa.
O secretário da Secretaria de Atenção Especializada (SAES), Adriano Massuda, falou sobre o programa Mais Acesso a especialista. ” É preciso reorganizar e fortalecer, por isto foi criada a política nacional de atenção especializada e o programa que reorganiza as filas. Para isto precisamos fortalecer e trabalhar com a atenção primária, qualificar a regulação do sistema e atenção de filas . Para reorganizar o jeito de fazer os serviços especializados, criamos as ofertas dos cuidados integrados que começa em cinco grandes áreas cardiologia, oncologia, ortopedia, otorrinolaringologia e oftalmologia, onde estão as maiores filas e onde fazer a intervenção para ampliação do diagnóstico o que impactam o tratamento”, explica Massude.
Felipe Proenço, da Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS) falou sobre a Rede Alyne que retoma o histórico da rede cegonha. “A Alyne é uma gestante que faleceu em 2002 que faleceu por negligência no sexto mês de gestação, então ela simboliza a necessidade de mais cuidados, este papel e caminho de fortalecimento do SUS”, destaca ele. A rede tem o objetivo de enfrentar a mortalidade materna que segue em níveis preocupantes. “A perspectiva de ampliação da rede. consiga se olhar para a necessidade de ambulatórios, dos leitos da UTI Neonatal de olhar para que a gestante não fique peregrinando de um canto para outro. É um plano em que ambos os pontos da rede de atenção consigam trabalhar para cuidar bem”, projeta.
Para Nízia, a referência é um SUS organizado. “Acreditamos na ciência para inspirar nossas políticas. Acredito que as inovações vieram das prefeituras e vamos ter que trabalhar juntos. é para ter uma troca com os municípios. Com isso avançamos e melhoramos os programas”, conclui. A tarde, a ministra cumpriu agenda em Bagé, onde estava prevista a visita a Santa Casa e UPA, além de se reunir com o prefeito Luiz Fernando Mainardi para discutir iniciativas e recursos para o município. Nesta sexta-feira, estará em Porto Alegre, onde apresentará o Plano de Ação Regional do Programa Mais Acesso a Especialistas, as ações de enfrentamento à dengue e práticas do Programa Rede Alyne no Grupo Hospitalar Conceição. A ministra visita ainda o Hospital Cristo Redentor para entrega de equipamentos de saúde.