A queda do superávit da balança comercial de US$ 98,9 bilhões para US$ 74,6 bilhões entre 2023 e 2024 foi resultado de um recuo no valor exportado em -0,8% e um aumento no valor importado de +9,0%. O crescimento do volume exportado em 2024/2023 (+2,8%) foi menor do que em 2023/2022 (+8,7%), mas os preços caíram menos em 2024/2023 (-3,4%) do que em 2023/2022 (-6,4%). No entanto, a principal diferença foi o comportamento do volume importado, uma queda em 2023/2022 (-2,2%) e um aumento de +15,8%, em 2024/2023. Assim como nas exportações, o recuo nos preços das importações foi menor em 2024 do que em 2023.
Os dados foram divulgados nesta quarta-feira, 22, pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV\Ibre). Quando se divide as exportações em commodities e não commodities, observa-se que o volume exportado das commodities aumentou em +4,1%, mas os preços recuaram em -5,5%, entre 2023 e 2024. Já as não commodities registraram zero de crescimento e aumento de preços de +1,3%. Na comparação entre 2022 e 2023, no volume exportado das commodities foi +14,2% e os preços recuaram -9,3%. O desempenho das commodities foi, portanto, pior em 2024 em termos de volume.
A evolução do índice do volume exportado das commodities mostra uma trajetória ascendente com um único recuo em 2021 (-1,9%). Após um aumento de +14,0%, em 2023, o resultado de 2024 repete o de 2022, +4,1%. Os preços de exportações das commodities mostram uma evolução mais volátil e, após o pico de 2022 (+13,9%), a taxa de crescimento desacelerou, sendo negativa em 2023 e 2024.
IMPORTAÇÕES
Os preços das importações de commodities e não commodities registram uma queda menor em 2024 comparada com a variação de 2023/2022. No caso das commodities, os preços recuaram -17,3% e -7,8%, em 2023 e 2024, respectivamente. A principal diferença está no comportamento do volume. Em 2023, a variação das commodities foi de -3,5% e das não commodities de -2,0%. Entre 2023/2024, a variação foi de +5,0% e +17,7% das não commodities. O aumento das importações foi, portanto, liderado, pelas não commodities.
Foi ressaltado que a variação no volume exportado das commodities foi positivo (+4,1%) entre 2023 e 2024, mas, como o resultado da agropecuária foi negativo, foi a extrativa e as commodities que pertencem à indústria de transformação que contribuíram para esse aumento. A variação na extrativa já foi mencionada, +6,8%, e das commodities da transformação, o aumento foi de +7,5% com recuo de preços de -0,5%.
Esses produtos representaram 49% do total das exportações da indústria de transformação e 27,5% do total das exportações, enquanto o percentual da agropecuária foi de 20,1% e da extrativa de 24%. Logo, foram as commodities da indústria de transformação que explicaram o aumento no volume exportado desse setor e sua contribuição para o aumento das commodities totais supera o da extrativa e da agropecuária. A variação do volume exportado das não commodities foi -0,7%.
Nas importações, todos os setores registraram variação positiva em 2024/2023 e queda nos preços. Em 2023/2022, a variação do volume havia sido negativa para todos os setores. O aumento no volume importado da agropecuária (+31,6%), em 2024, não influenciou o resultado agregado, pois o setor explicou 2,1% das importações totais. A principal contribuição é da indústria de transformação (+16,3%) que explicou 92% do total das importações em 2024.