Nos próximos cinco anos o Brasil terá um novo parque eólico com capacidade de injetar 80 MW de energia no sistema nacional. Esse é o plano do novo investimento anunciado pela Tradener, primeira comercializadora de energia livre e gás natural do país. Ele será instalado no litoral gaúcho entre as regiões de Osório e Santo Antônio da Patrulha. Essa força de geração equivale hoje a aproximadamente 4% da capacidade eólica do Rio Grande do Sul.
O anúncio foi feito pelo CEO da Tradener, Guilherme Avila. De acordo com ele o projeto já está definido para o início das obras, dependendo apenas de algumas questões como o fator cambial. “Com o câmbio como está, o custo de implantação cresceu mais que o preço (de venda) que a energia consegue comportar”, explica Avila.
Há outras questões que ele aponta, entre elas as taxas de juros no Brasil nesse momento e o fato do país começar a registrar alguma sobra de energia, o que interfere diretamente na queda dos preços. Avila estima que o investimento desse projeto hoje seria em torno de 500 milhões de reais. Além desse projeto a Tradener já participa de outro projeto eólico no Estado, esse conduzido pela Statkraft Energias Renováveis, conhecido como parque Gran Sul e planejado para gerar cerca de 300 MW que será implantado em Santa Vitória do Palmar.
Guilherme Avila comenta que o Chicolomã é um projeto que poderá ter uma parte da sua energia destinada à um autoprodutor e a outra escoada no mercado livre de energia. Hoje a Tradener é uma das maiores comercializadoras livres do país e no Estado do RS deve alcançar agora em 2025 a marca de 300 clientes que migraram do mercado cativo para o livre.
Para o executivo o ano de 2024 teve um desempenho positivo, marcado pela diminuição de limitações para que mais consumidores pudessem ingressar nesse ambiente livre de contratação de energia. “Esse cenário ampliou a possibilidade para todos os usuários ligados em alta tensão (Grupo A), deu uma grande dinâmica para o mercado e movimentou todo o setor”, diz ele.
Ele comenta que a perspectiva é que nos próximos anos todos os consumidores do Brasil, incluindo os residenciais, possam entrar no ambiente livre de comercialização. Os clientes que já fizeram essa migração alcançaram uma redução média de 30% em suas contas de energia.