A Intenção de Consumo das Famílias Gaúchas registrou um nível de 59,9 pontos na edição de dezembro de 2024. O resultado marca a segunda queda marginal consecutiva, com redução de 2,5% em relação ao mês anterior e de 4,0% comparado ao mesmo período de 2023, e registrando o terceiro pior nível do ano, ficando apenas atrás dos meses que sucederam imediatamente a enchente. As exceções foram a Renda Atual, que teve aumento na margem (0,2%) e no interanual (12,3%), e as Perspectivas de Consumo, que cresceram 11,7% na comparação com dezembro de 2023, apesar de uma queda de 0,5% na comparação mensal. A pesquisa, realizada pela CNC e divulgada pela Fecomércio-RS, ocorre mensalmente em Porto Alegre.
A maior queda marginal registrada foi na Perspectiva Profissional, com uma redução de 14,5%, seguida pela diminuição no Consumo Atual (-5,2%), no Momento para Duráveis (-4,7%), no Emprego Atual (-2,7%) e no Acesso ao Crédito (-1,8%). Especificamente sobre Perspectiva Profissional, ressalta-se que o resultado não indica necessariamente uma perspectiva negativa, de forma que o aumento na parcela das famílias que não vislumbra melhora profissional nos próximos seis meses (86,9% entre os entrevistados) pode ser entendido como uma avaliação de estabilidade, não necessariamente piora – o que faz sentido diante da sustentação do mercado de trabalho.
“Apesar do recente crescimento do consumo agregado, impulsionado por um mercado de trabalho aquecido e pelas transferências governamentais, o ICF aponta que as famílias não estão tendo uma percepção de melhora, o que implica em redução da confiança. Ainda que as pessoas percebam uma renda maior, o consumo é percebido como menor. Fatores como inflação, acesso e custo do crédito, bem como as expectativas quanto ao futuro implicam no nível de consumo. Nesse cenário, os lojistas são desafiados a aplicar estratégias de vendas, comunicação e marketing ainda mais assertivas e direcionadas”, afirmou o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn.