Primeiras três reféns são libertadas pelos terroristas, confirma mídia israelense

O trio foi sequestrado nos ataques de 7 de outubro de 2023

Da esq. para a dir.: as israelenses Romi Gonen, Emily Damari e Doron Steinbrecher, sequestradas pelo Hamas que serão libertadas hoje Arquivo pessoal

Um comboio da Cruz Vermelha entrou na Faixa de Gaza neste domingo (19) para resgatar as primeiras três reféns libertadas pelo grupo terrorista Hamas, parte do acordo de cessar-fogo com Israel que começou hoje. As informações são do jornal Times of Israel.

A trégua chega após 15 meses de intensos conflitos. As três têm cidadania israelense e foram sequestradas durante os ataques de 7 de outubro de 2023, quando a guerra teve início.

São elas:

Romi Gonen, 24 anos: levada enquanto tentava fugir do festival Supernova.
Emily Damari, 28 anos: cidadã britânica-israelense, sequestrada no Kibutz Kfar Aza, ao sul de Israel.
Doron Steinbrecher, 31 anos: enfermeira veterinária, capturada dentro de seu apartamento em Kfar Aza.

As três mulheres se dirigiram a uma base do Exército nos arredores de Gaza, onde se reuniriam com suas famílias e passariam por tratamento médico. Depois, seriam encaminhadas a um hospital.

Em Tel Aviv, houve gritos e comemorações na praça dos reféns quando a soltura foi confirmada.

O Exército israelense confirmou que as três apresentam boa saúde. Em nota, Benjamin Netanyahu disse que “está comprometido em trazer todos os reféns e desaparecidos para casa”.

Em troca, Israel prepara a libertação, nas próximas horas, de 90 prisioneiros palestinos que estão em seu poder.

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, manifestou-se em sua rede social. “Os reféns começam a sair hoje! Três jovens maravilhosas serão as primeiras”, disse.

No sábado (18), o primeiro-ministro israelense exigiu que o Hamas confirmasse a identidade das reféns a serem libertadas antes de autorizar o início do cessar-fogo, que teve início mais tarde do que o previsto inicialmente.

Detalhes do acordo

Anunciado na última quarta-feira (15), o acordo de cessar-fogo foi oficialmente aprovado pelo governo israelense na sexta-feira (17). Com duração inicial de 42 dias, o tratado estipula a libertação, dividida em três etapas, de 33 dos 98 reféns atualmente sob poder do Hamas.

Apesar da trégua, Netanyahu enfatizou que o cessar-fogo é apenas temporário. “Se as nossas demandas não forem atendidas, os confrontos serão retomados,” afirmou o líder israelense.

Já a segunda fase deve ocorrer a partir de fevereiro, enquanto a primeira ainda estiver em andamento. A partir dela, o Hamas libertaria os reféns restantes, principalmente soldados, em troca de mais prisioneiros palestinos e da retirada completa de Israel da Faixa de Gaza.

A terceira e última etapa também depende de negociações. Nela, seria discutido um plano de reconstrução de Gaza, a ser executado sob supervisão internacional. Ainda não há definição de quem vai governar o território.

O acordo foi elaborado a partir de uma estrutura definida há meses pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e endossado pelo Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas).

Por que o conflito começou
Na madrugada de 7 de outubro de 2023, terroristas do Hamas bombardearam Israel em um ataque surpresa. Mil e duzentas pessoas foram mortas, e outras 250, sequestradas — no que foi considerado o maior golpe sofrido pelo país em toda a sua história.

O grupo terrorista Hamas, que governa a Faixa de Gaza desde 2007, disse que aquela era “uma grande operação para a retomada do território” — disputado entre judeus e árabes.

No mesmo dia, Benjamin Netanyahu disse que o país havia entrado em estado de guerra. Em seguida, Israel iniciou uma invasão a Gaza, com ataques por terra e pelo ar.

Ao menos 110 mil pessoas morreram desde então, segundo atualizou o Ministério da Saúde de Gaza — que é controlado pelo grupo terrorista Hamas e não informa quantos dos mortos eram combatentes.