O índice de inadimplência no Rio Grande do Sul em dezembro de 2024 praticamente retornou ao nível pré-enchente, registrando 32,57%, enquanto em Porto Alegre atingiu 33,33%. O aumento das taxas em relação a novembro, divulgado pela CDL Porto Alegre, foi de +0,68 ponto percentual no Estado e +0,25 ponto percentual na Capital.
“Fatores como a menor disponibilidade de recursos que viabilizaram a retomada econômica depois da crise climática de maio de 2024; a diminuição dos gargalos à infraestrutura e, consequentemente, ao consumo; e a elevação da Taxa SELIC, que atingiu 12,25% ao ano, vêm pressionando a inadimplência. A expectativa é de que os juros básicos continuem subindo no curto prazo, podendo ultrapassar 15% ao ano em meados de 2025”, ressalta o economista-chefe da CDL POA, Oscar Frank.
O levantamento, realizado em parceria com a Equifax | Boa Vista, também destaca que cerca de 2,793 milhões de CPFs estão negativados no RS, sendo 358.285 na capital. Já no âmbito das pessoas jurídicas, houve, pela ordem, um panorama de estabilidade e aumento nas restrições de crédito no Rio Grande do Sul e em Porto Alegre. Os números mostraram leve aumento no primeiro caso, de 12,82% em novembro para 12,86% em dezembro, enquanto, no segundo houve queda de 14,53% para 14,23%.
Estima-se que 184.131 CNPJ’s estejam negativados no Estado e 32.596 em Porto Alegre. “O programa ‘Desenrola Pequenos Negócios’ provavelmente contribuiu para evitar a piora do quadro geral, mas o cenário para 2025 tende a ser desafiador, com a desaceleração da indústria e dos serviços devido aos juros elevados e ao aumento dos custos no atacado provocado pela desvalorização cambial observada em 2024”, avalia Frank.