Um percentual de 64% das empresas do setor de bares e restaurantes do Rio Grande do Sul espera aumentar suas vendas no primeiro trimestre de 2025 em comparação ao mesmo período de 2024. Outras 27% projetam estabilidade, enquanto 9% acreditam que enfrentarão queda nas vendas. Os dados fazem parte de pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no Rio Grande do Sul (Abrasel no RS) entre os dias 9 e 17 de dezembro.
Apesar do otimismo para a reta inicial do ano, o setor de alimentação fora do lar enfrenta um cenário financeiro delicado. Em novembro, 60% das empresas operaram sem lucro, enquanto 29% estão com prejuízo e 31% em equilíbrio. Apenas 40% dos estabelecimentos registraram lucro no período. A presidente da Abrasel no RS, Maria Fernanda Tartoni, aponta que os desafios financeiros têm se intensificado nos últimos meses.
“Embora as pesquisas realizadas no mês de novembro apontassem um cenário mais otimista, com 57% das empresas operando sem lucro e 28% com dívidas em atraso, a de dezembro revelou um cenário ainda mais desafiador, com 60% das empresas sem lucro e 32% com dívidas em atraso. Apesar disso, o otimismo para o futuro se mantém com previsão de aumento nas vendas no primeiro trimestre de 2025”, afirma Maria Fernanda.
REAJUSTES
Outro desafio destacado na pesquisa é a dificuldade de repassar os custos ao consumidor. Nos últimos 12 meses, 44% das empresas não conseguiram reajustar os preços. Entre as que fizeram ajustes, 50% aumentaram os valores conforme ou abaixo da inflação, e apenas 6% conseguiram reajustar acima do índice inflacionário.
O endividamento também é um problema significativo para o setor. De acordo com o levantamento, 32% das empresas têm dívidas em atraso. Destas, 77% têm empréstimos bancários em atraso, 74% devem impostos federais, 50% devem impostos estaduais, 32% devem encargos trabalhistas e previdenciários, 32% têm débitos com serviços públicos como água, luz, gás e telefone, 29% têm débitos de aluguel, 18% devem a fornecedores de equipamentos e serviços, 12% devem a fornecedores de insumos como alimentos e bebidas, 9% estão em atraso com taxas municipais, e 6% estão em atraso com pagamentos de empregados.
“Acreditamos que a prorrogação do regime especial de ICMS de bares e restaurantes para o estado do Rio Grande do Sul venha auxiliar essa visão otimista. Uma boa notícia frente às dificuldades vividas em 2024”, complementa Maria Fernanda Tartoni, reforçando a necessidade de apoio governamental para a recuperação do setor.