Em meio à reforma ministerial, Defesa e Desenvolvimento ficam fora dos planos iniciais de Lula

Presidente deve efetivar mudanças na Esplanada ainda neste mês; além de pressão do Centrão, trocas miram 2026

Lula não deve tirar Alckmin do Desenvolvimento. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Os ministérios da Defesa e o Mdic (Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços) devem ficar de fora da reforma de comando que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva começou a fazer na Esplanada. A princípio, as pastas federais — comandadas por José Múcio e pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, respectivamente — não devem sofrer mudanças, segundo informaram ao R7 fontes do Palácio do Planalto.

A reportagem também apurou que Múcio não entregou o cargo a Lula nem pediu demissão, como tem sido especulado. Esta reforma ministerial deve ser feita até o fim deste mês. A tendência — segundo o ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou em entrevista — é que as mudanças ocorram até 21 de janeiro, dia em que o presidente vai reunir os 38 ministros para a primeira reunião geral do ano.

O chamado Centrão tem pressionado o Executivo por mais espaço no governo — mesma razão que motivou a primeira reforma ministerial deste mandato do petista, em 2023. As cobranças levaram Lula a ceder os ministérios do Esporte e de Portos e Aeroportos para PP e Republicanos, respectivamente, em setembro daquele ano (leia mais abaixo).

Além de acomodar a base aliada, as mudanças miram as eleições de 2026, numa espécie de organização dos partidos que compõem o governo para o próximo pleito presidencial.

Saída anunciada e críticas públicas

A primeira troca desta reforma ministerial já foi confirmada — Paulo Pimenta será substituído na Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República) pelo publicitário Sidônio Palmeira, que comandou a campanha de Lula em 2022. A mudança foi comunicada a jornalistas pelos dois na terça (7), e a transição entre as gestões já começou. Sidônio deve ser oficializado no cargo no início da próxima semana. Nesta sexta-feira (10), Sidônio, inclusive, participa de duas reuniões com Lula e ministros.

Pimenta estava na Secom desde o início do mandato de Lula, em janeiro de 2023 — entre maio e setembro de 2024, foi indicado para assumir o Ministério Extraordinário para Reconstrução do Rio Grande do Sul. Ainda não há definição sobre o futuro dele no governo. Ele é deputado federal pelo RS, e um eventual retorno à Câmara dos Deputados não está descartado.