Caso do bolo de Torres: secretário sugere novos protocolos para identificar casos de envenenamento

Sandro Caron quer evitar mais crimes promovidos com auxílio de venenos

Foto: Polícia Civil / Divulgação

Durante a coletiva da Polícia Civil, que revelou novos detalhes do caso de envenenamento de um bolo em Torres, o secretário Estadual de Segurança Pública, Sandro Caron, reforçou a necessidade de criar protocolos junto com órgãos de Saúde para identificar casos similares.

“Nós vamos ajustar melhorias, pois não podemos nos deparar com crimes desta magnitude e não melhorar protocolos. Além disso, vamos manter um diálogo forte em nível federal para que sejam adotadas medidas para evitar que as pessoas tenham acesso a venenos da forma como ocorre. Estamos diante de um crime sem precedentes na história do RS”, afirmou Caron.

A delegada Sabrina Deffente, diretora da 23ª Delegacia de Polícia Regional, mencionou surpresa com a facilidade com que a suspeita dos crimes, Deise Moura dos Anjos, comprou arsênio utilizado na morte dos familiares. Segundo ela, os produtos haviam sido comprados pela internet e entregues pelos Correios. “Esses produtos poderiam ter parado em outras mãos e ter causado outras mortes”, salientou.

Sabrina Deffente citou que cada prova técnica encontrada pela polícia aumentava a surpresa de todos que participam da investigação. “Não temos dúvidas de que se trata uma pessoa que praticava e tentava homicídios em série. Há fortes indícios de que ela tenha praticado outras tentativas de envenenamento, que agora serão objeto de investigação a partir de agora”, salientou a delegada.

Ela reforçou ainda que a investigação aponta que não há dúvidas de que a suspeita pesquiso sobre o veneno, até chegar em uma receita que seria inodora e que pudesse se assemelhar a um pó branco, podendo ser misturado com farinha ou leite em pó. “Após encontrar essa combinação, ela começa a tentar envenenar os familiares, chegando na morte do sogro, em setembro”, completou.

Acqua Toffana

A operação para prender Deise Moura foi chamada de Acqua Toffana. O nome tem relação com um veneno muito utilizado no século 17, feito com base de arsenio e chumbo. Segundo o delegado Marcos Veloso, a suspeita teria feito a compra das substâncias em quatro oportunidades em cinco meses. Uma foi feita antes da morte do sogro e as outras três antes do bolo.