Penitenciária em Canoas recebe novo projeto para ressocialização de apenados

Detentos ganham chance de regeneração por meio de ações da Universal nos Presídios

Igreja Universal inaugura sala multiuso na Penitenciária de Canoas. Na foto: Venino Aragão, delegada penitenciária Alexsandra Viecelli, Guaracy Santos e Luiz Antônio Pinto | Foto: Pedro Piegas

Um novo espaço para regenerar detentos foi inaugurado no complexo que abriga unidades da Penitenciária Estadual de Canoas (Pecan), na Região Metropolitana. O ambiente fica no interior de um pavilhão, onde cursos e atividades lúdicas ocorrem com foco em mudar a índole dos apenados. As ações são promovidas por voluntários da Universal nos Presídios (UNP), iniciativa que é sinônimo de ressocialização da massa carcerária há quase quatro décadas.

Os esforços já acontecem há dias no local, mas o ato simbólico para inaugurar o serviço foi na terça-feira. A cerimônia reuniu 60 presidiários, além do diretor-adjunto do Departamento de Segurança e Execução Penal da Polícia Penal, Clédio Muller, que assumiu provisoriamente o comando do complexo, e a delegada titular da 1ª Delegacia Penitenciária Regional, Alexsandra Viecelli.

“Nós temos grandes parceiros no Complexo Prisional de Canoas. Faço questão de dizer que a Pecan nunca deixou a desejar. Estamos aqui para reafirmar a importância que os voluntários têm na construção de um trabalho em conjunto no sistema prisional”, enfatizou o pastor, artista plástico e coordenador estadual do projeto Venino Aragão.

Uma das oficinas sediadas é intitulada Livres para Pintar, e visa a conscientização dos presos por meio da arte e da fé. Outro curso é o Livres para Digitar, que oferece aulas de informática com especialização em programas de processamento de textos, planilhas eletrônicas e navegação na internet.

“A gente chega onde o poder público tem dificuldade. Quase ninguém acredita na recuperação dos presos, por isso há pouco investimento neles. Tudo que eles costumam ouvir é que não há possibilidade de regeneração. O nosso discurso é o contrário disso. As pessoas não querem ouvir que são casos perdidos. Todos precisam acreditar que ainda há chances na vida, e nós conseguimos atingir essa necessidade de esperança”, disse o líder da Igreja Universal no RS, bispo Guaracy Santos.

Mão de obra prisional na Pecan

O trabalho da UNP dá folego a iniciativas de mão de obra prisional na Pecan, referência do tema no sistema penitenciário gaúcho. O estabelecimento possui um termo de cooperação com a Prefeitura de Canoas, e mais seis com empresas privadas, o que possibilita o exercício de atividades remuneradas a 109 presos.

Os apenados recebem pelo menos 75% do salário mínimo nacional, que também pode ser destinado a familiares. Cerca de 20% do valor é depositado em uma conta pecúlio, uma espécie de poupança para quando eles estiverem em liberdade.