RS deve crescer 3,1% e superar desempenho brasileiro em 2025, estima Fecomércio-RS

Projeção para o país é de desaceleração para 2,5% no próximo ano

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Um ano marcado por grandes desafios, especialmente ligados à condução das contas públicas e ao controle da inflação. Esta foi a tônica da apresentação da Fecomércio-RS para o balanço de 2024 e projeções para 2025. Para a entidade, a inflação oficial do país medida pelo IPCA vai encerrar o próximo ano registrando alta de 5%, mantendo-se elevado em 2026 e 2027, devido à preocupação com a credibilidade fiscal. Junto com isso, um forte repasse da elevação do câmbio, observada no final deste ano, para a inflação em 2025, bem como a continuidade da pressão sobre os preços derivada de um excesso de demanda provocado pela expansão de gastos públicos.

A estimativa da entidade é que, depois de crescer 3,5% em 2024, o país desacelere para uma expansão de 2,5% em 2025. Ainda que em termos de atividade e de mercado de trabalho, a performance da economia seja bastante positiva, o ano de 2025 será marcado por grandes desafios, especialmente ligados à condução das contas públicas e ao controle da inflação.

Conforme o consultor econômico da Fecomércio-RS, Marcelo Portugal, a expectativa é de que o primeiro trimestre de 2025 ainda seja positivo em termos de atividade econômica, majoritariamente puxado pela agropecuária, com o PIB crescendo próximo de 0,8%. Entretanto, é esperada uma desaceleração significativa ao longo do ano, especialmente no segundo semestre.

 

“O ano começa bem e termina mal. Há grande dúvida quanto à condução das políticas monetária e fiscal em 2025. O Banco Central saiu na frente, dizendo claramente que vai combater a inflação com a Selic bem alta. O que precisamos saber é se o Governo vai ajustar os gastos públicos para evitar uma crise de confiança na sustentabilidade da dívida pública ou se as políticas monetária e fiscal seguirão descoordenadas”, pontuou Portugal.

 

Segundo a área econômica da Fecomércio-RS, na tentativa de conter a deterioração das expectativas e reduzir a inflação no horizonte relevante, o Banco Central já contratou mais duas elevações de 1 ponto percentual para o primeiro trimestre do próximo ano, o que levaria a Selic a 14,25% ao ano até o final de março. “O choque de juros deve conter esse processo, mas talvez não consiga revertê-lo. A dívida pública está em uma trajetória perigosa e é possível concluir que os riscos para a solvência fiscal serão grandes caso o governo não consiga conter os gastos”, complementa o presidente do Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac, Luiz Carlos Bohn.

Conforme o consultor econômico da Fecomércio-RS, Marcelo Portugal, a expectativa é de que o primeiro trimestre de 2025 ainda seja positivo em termos de atividade econômica, majoritariamente puxado pela agropecuária, com o PIB crescendo próximo de 0,8%. Entretanto, é esperada uma desaceleração significativa ao longo do ano, especialmente no segundo semestre. “O ano começa bem e termina mal. Há grande dúvida quanto à condução das políticas monetária e fiscal em 2025. O Banco Central saiu na frente, dizendo claramente que vai combater a inflação com a Selic bem alta. O que precisamos saber é se o Governo vai ajustar os gastos públicos para evitar uma crise de confiança na sustentabilidade da dívida pública ou se as políticas monetária e fiscal seguirão descoordenadas”, pontuou Portugal.

RECUPERAÇÃO DO RS

Mesmo afetado pelas enchentes deste ano, o Rio Grande do Sul mostrou resiliência e deve crescer cerca de 4% em 2024, superando projeções anteriores. Fatores como a rápida recuperação, as ajudas financeiras pública e privada, um câmbio desvalorizado e a estabilidade na alíquota do Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) contribuíram para esse resultado. Entretanto, é esperada uma desaceleração no ritmo de crescimento do PIB do Estado no próximo ano em relação a 2024.

Ainda assim, o RS ainda deve apresentar uma performance melhor que o PIB nacional em função do impacto mais forte da agropecuária nos cálculos gaúchos e de um câmbio próximo dos US$ 6. A Fecomércio-RS estima expansão de 3,1% para o PIB gaúcho em 2025.  Embora o fluxo de produção tenha se recuperado rapidamente, é importante relembrar que ainda permanecem perdas de capital público – como pontes, escolas e hospitais – e privado – como casas e empresas, com impactos sobre a dinâmica de médio e longo prazos.

Para o comércio, os números indicam que 2024 tenha sido um bom ano, mas que o ritmo não deve se manter no próximo ano. Os bons números atuais se devem ao impulso gerado pelos auxílios pós-enchentes dados às famílias, à necessidade imediata de consumo e ao reduzido nível de desemprego. Os serviços, fortemente impactados pelas enchentes em 2024, devem acelerar em 2025, pela retomada da atividade e pela base de comparação bastante deprimida.

“Lutamos persistentemente por medidas no âmbito tributário e trabalhista para atender às necessidades dos empresários, assim como na busca de recursos financeiros. Também cobramos do Poder Público agilidade na recuperação da infraestrutura. Em âmbito federal, solicitamos medidas como redução de tributos, renegociação de dívidas, ampliação das parcelas do auxílio-emprego, suspensão do pagamento da dívida gaúcha, entre outros. Já em âmbito estadual, solicitamos isenção de ICMS, prorrogação dos prazos de parcelamentos, além de agilidade na conclusão das obras de infraestrutura”, lembrou Bohn.