Grupo suspeito de orquestrar morte de detento na Pecan é alvo de operação

Ação ocorre em Gravataí, Cachoeirinha e Canoas

Ação mira suspeitos em Gravataí, Cachoeirinha e Canoas | Foto: Polícia Civil

A facção investigada por ordenar a morte de um detento no interior da Penitenciária Estadual de Canoas (Pecan) 3 é alvo da Polícia Civil nesta terça-feira. Os agentes cumprem ordens de duas prisões preventivas e 15 mandados de busca contra suspeitos em Gravataí, Cachoeirinha, Canoas e São Leopoldo.

Intitulada Operação Visitatio Fatalis, a ofensiva é mais uma medida para desarticular e reprimir os integrantes do grupo criminoso após a morte de Nego Jackson. A investigação é da Delegacia de Homicídios de Gravataí.

A morte ocorreu no final de novembro. Nego Jackson estava na cela de número 8. Logo a frente, na cela de número 7, que fica do outro lado do corredor, havia outros dois presos, sendo um deles conhecido como Sapo, 36 anos. Ele seria rival de Jackson.

A investigação da Polícia Civil aponta que, após passar por conferência e antes de voltar para a cela, Sapo foi à porta de Jackson para chamá-lo. Ele supostamente alegava querer apaziguar divergências.

Também conforme a apuração policial, Jackson teria ficado próximo à entrada da cela, onde conversaria com Sapo por uma portinhola aberta. Foi então que surgiu um terceiro detento, 21 anos, armado. Ele seria o colega de cela de Sapo.

O jovem teria inserido o cano da arma através da portinhola. Foram efetuados 12 disparos. Uma pistola calibre 9 milímetros foi apreendida. Não é descartado que a arma tenha sido enviada por um drone.

A suspeita é que Sapo teria chamado o rival na intenção de atraí-lo à porta da cela. Isso porque, quando o atirador chegou, Jackson estava próximo da portinhola aberta, sendo um alvo fácil. O plano seria atrair e distrair a vítima, para que o atirador não errasse os tiros.

Um dia antes de morrer, Jackson havia escrito uma carta sobre os perigos que corria na unidade. O manuscrito clamava por transferência a uma ala sem desafetos, o que não ocorreu. O fato gerou afastamento de cinco servidores da Pecan, incluindo o diretor.