Região metropolitana terá ônibus no fim do dia, garante sindicato

Mediação entre rodoviários e empresa ocorrerá às 17h, no TRT-RS

Sindicato garantiu a circulação de ônibus no fim da tarde desta segunda-feira | Foto: Camila Cunha

O secretário do Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários Intermunicipais de Turismo e de Fretamento da Região Metropolitana (Sindimetropolitano), Alex Araújo, garantiu a circulação normal de ônibus para o fim da tarde desta segunda-feira, atendendo a demanda de passageiros que retornarão do trabalho para as suas casas.

Araújo mencionou que a paralisação dos rodoviários ocorreu apenas pela manhã. “Os passageiros podem ficar tranquilos porque teremos ônibus no final do dia”, afirmou.

Segundo ele, a reunião de mediação agendada para as 17h desta segunda, no Tribunal Regional do Trabalho, em Porto Alegre, não irá influenciar a circulação de coletivos no fim da tarde. “Independente do resultado do encontro, os ônibus irão circular. Nós apenas vamos definir, a partir do resultado, o que iremos fazer na sequência”, disse sem descartar uma nova paralisação nesta terça caso o acordo não seja cumprido por parte das empresas.

O motivo da paralisação de hoje é a questão salarial. O dissídio precisa ser pago e isso não ocorre há oito meses. O valor total aproximado seria de R$ 1,2 mil para cada trabalhador. Seriam cerca de 4 mil rodoviários sem o reajuste.

Araújo relatou que a previsão de reajuste é de 3,46% sobre o salário de cada trabalhador. Segundo ele, o protesto desta segunda-feira também foi motivado pelos boatos de que os trabalhadores não receberão a segunda parcela do 13º salário.

Outro representante do Sindimetropolitano, Agenor Fernando da Luz destacou que as partes já haviam feito acordo em três oportunidades. “Nós temos uma diferença salarial para receber. Como veio a enchente, a gente foi negociando e ‘empurrando com a barriga’. Isso chegou a ser acertado três vezes e a última data era a de hoje, dia 16”, relatou.

Corrida pelo catamarã e transporte por aplicativo

A manhã de quem saiu para trabalhar da região Metropolitana para Porto Alegre foi de dificuldades. Muitos foram surpreendidos pela paralisação e esperaram pelo ônibus por algumas horas. A alternativa foi buscar outros meios de transporte. O catamarã, que liga Porto Alegre a Guaíba, foi uma das escolhas. A viagem extra, no entanto, não foi suficiente para suprir a demanda. Outros decidiram buscar carros por aplicativos e encontraram tarifas altas por conta da procura e da chuva.

“Eu mesmo não vou a Porto Alegre hoje, porém meu filho precisou ir hoje mais cedo e a sorte é que ligou a televisão. Foi para pegar o catamarã e não tinha mais bilhetes. Aí ele conseguiu outro horário. Deveriam ao menos ter avisado para a gente se programar. Ele estava com o carro na oficina“, relatou a aposentada Cleni Frascioni, moradora do bairro Bom Fim, em Guaíba, enquanto esperava em um abrigo na área central.

Morador de Cachoeirinha, Fabricio Silva de Freiras, que embarca todos os dias às 6h10 com destino a Porto Alegre, disse que nesta manhã o ônibus passou depois das 8h30. “Foi horrível, um caos.” Da mesma forma aconteceu com Marilene de Souza, que mora em Gravataí e precisava estar às 7h30 na capita. “Ninguém sabia o que estava acontecendo. Sempre há atrasos, mas não como hoje pela manhã. A parada estava superlotada e quando o ônibus chegou as pessoas brigavam para conseguir um lugar e não se atrasar ainda mais.”