Captação de fundos de investimento tem o melhor resultado em três anos, revela Anbima

Volume financeiro chegou a R$ 186,2 bilhões até novembro

Foto: Marcello Casal Jr./ABr

A indústria de fundos de investimento acumula no ano até novembro captação líquida positiva de R$ 186,2 bilhões, o melhor resultado dos últimos três anos para o período, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA). O saldo permanece no azul apesar de os meses de setembro, outubro e novembro terem sido marcados por saídas líquidas que totalizam R$ 116,7 bilhões.

Entre janeiro e novembro, os fundos de renda fixa se destacaram, com captação líquida positiva de R$ 344 bilhões. Em novembro, no entanto, essa categoria registrou mais resgates do que aportes, com saídas que somam R$ 4,7 bilhões. “Esse foi um movimento pontual. A taxa de juros elevada e as incertezas no quadro fiscal devem continuar estimulando os investidores a buscarem opções de investimento conservadoras, atraindo mais recursos para a renda fixa”, afirma o diretor da associação, Pedro Rudge.

Na categoria dos multimercados, as perdas continuam, com esses fundos registrando resgates líquidos de R$ 324,2 bilhões no acumulado do ano. Em novembro, as saídas líquidas foram de R$ 24,3 bilhões, resultado que, apesar de negativo, representa uma desaceleração de 77,3% em relação aos saques ocorridos em outubro. Os fundos de ações igualmente sofrem com mais resgates do que aportes. No ano, as saídas líquidas totalizam R$ 9,5 bilhões. Em novembro, o saldo foi negativo em R$ 3,8 bilhões.

Uma das categorias de fundos que, aos poucos, vem se recuperando é a de fundos cambiais. Embora em 2024 a captação desses produtos esteja negativa em R$ 52,7 milhões, em novembro eles obtiveram entradas líquidas de R$ 421,4 milhões, o melhor desempenho mensal da categoria no ano. “O panorama econômico atual, caracterizado por volatilidade doméstica e internacional, favorece esses fundos como uma alternativa para mitigar riscos cambiais e preservar o poder de compra fora do país, especialmente em um ambiente de desvalorização do real e pressão inflacionária”, explica Rudge.

RENTABILIDADE

Na classe de renda fixa, os fundos de dívida externa, que investem, no mínimo, 80% de seu patrimônio em títulos desta categoria pertencentes à União, exibem a maior rentabilidade, com valorização de 27,32% no ano até novembro. Logo em seguida, destacam-se os tipos duração baixa e duração média crédito livre, ambos com retorno de 10,68%. Esses produtos podem investir mais de 20% da sua carteira em títulos de médio e alto risco de crédito do mercado doméstico ou externo.

Entre os multimercados, o maior retorno foi obtido pelos fundos do tipo investimento no exterior, que alocam mais de 40% do patrimônio líquido em ativos financeiros fora do país. Eles apresentaram uma rentabilidade de 10,89% de janeiro a novembro, superando o IHFA (Índice de Hedge Funds ANBIMA) no período. Os fundos de ações desse mesmo tipo também se destacaram, registrando um retorno de 5,38% no mesmo intervalo.