Margs reabre após sete meses da enchente

A exposição ‘Post Scriptum’ resgata a jornada da instituição durante o período para restaurar e manter o acervo e o próprio prédio

Foto: Pedro Piegas / Correio do Povo

Foi com emoção que a equipe do Museu de Arte do Rio Grande do Sul abriu a exposição que marca a retomada das atividades do espaço cultural. Após sete meses da enchente da maio, quando a Praça da Alfândega ficou por três semanas inundada, atingindo o térreo do prédio, o Margs reabriu as portas ontem com a exposição “Post Scriptum – Um museu como memória”. Sobre o título da mostra, o diretor do Margs, Francisco Dalcol, destacou que se origina do latim, usada muitas vezes ao final de correspondências, mas também para designar um escrito que se segue à conclusão de um livro, como um acréscimo. Essa ideia, daquilo que pode ser dito “após”, empresta sentido a esta exposição temática, memorialista, que reflete o compromisso do Margs com a memória, quando o próprio museu é parte da circunstância histórica.

O museu foi uma das instituições mais afetadas pela enchente em Porto Alegre. Na parte externa, uma placa foi colocada marcando a cota de inundação.

“Apesar dos esforços preventivos, de movimentação de obras e de patrimônio, em virtude da grande quantidade de água que se acumulou na Praça da Alfândega, parte do acervo do museu, especialmente as obras de arte em papel, acabou sendo afetada pela água e pelo prolongamento das condições ambientais de umidade dentro do prédio”, explicou. Desde que as águas recuaram, a equipe se dedicou à recuperação do museu.

O retorno ocorre com uma exposição especialmente concebida para marcar este momento, que compartilha a jornada enfrentada pelo museu neste período. Fotografias, objetos, esculturas, pinturas integram a mostra, dividida em cinco seções. Peças do acervo que foram afetadas inundação e já foram recuperadas integram a seleção, assim como obras que ainda estão sendo restauradas.

Quando se entra na exposição, é possível assistir a um profissional retirando a lama que se acumulou sobre a escultura em bronze platinado “Moema”, de Rodolpho Bernadelli, de 1895. O conservador Marcio Fraga Damaceno explica que seu trabalho é a remoção da lama. Posteriormente, fará um laudo e repassará à restauração.

O governador do Estado, Eduardo Leite, a secretaria de Estado da Cultura, Beatriz Araujo, o presidente do Banrisul, Fernando Lemos, estiveram presentes, assim como diversos apoiadores do Margs.