Simers ingressa com pedido de ação civil pública contra Prefeitura de Pelotas

Ação do sindicato requer tutela de urgência, entre as reclamações está as condições de trabalho na UPA do Areal

O sindicato também reclama da qualidade do atendimento realizado no local. | Foto: Paulo Rossi/Ascom Simers / CP

O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) ingressou na Vara Cível, no Foro de Pelotas, com ação civil pública contra o município de Pelotas. O documento pede tutela de urgência em defesa da saúde pública. O pedido foi motivado pelas condições de trabalho e a qualidade no atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), localizada no bairro Areal.

Segundo o diretor da Região Sul do sindicato, Marcelo Sclowitz, a ação tem como fundamento a superlotação que tem sido verificada na unidade. “Na UPA há um escasso número de médicos, em comparação com o crescente volume de atendimentos que tem se verificado, deixando de atender as diretrizes e balizas estabelecidas pelo Ministério da Saúde, bem como as recomendações do Conselho Federal de Medicina”, salienta.

A cidade de Pelotas tem atualmente mais de 350 mil pessoas, sendo a quarta maior cidade do Estado. No município há uma UPA 24 horas. Neste sentido, destaca a ação do Sindicato, as Unidades Básicas de Saúde (UBSs), em que a população pode buscar atendimentos de rotina e vacinas. A UPA Areal é responsável pelo atendimento de casos clínicos de urgência e emergência, possuindo papel fundamental para desafogar os atendimentos no Pronto Socorro da cidade.

Segundo o Simers, nos últimos tempos,esse suporte essencial prestado à saúde da população, especialmente, a pacientes com quadros mais graves, encontra-se comprometido. Isso porque, a superlotação da UPA tem se tornado fato recorrente e rotineiro nos últimos meses, com a consequente demora exagerada no atendimento dos pacientes, o que impacta diretamente na assistência à saúde da população, bem como na qualidade do serviço médico que vem sendo prestado, tendo em vista a grande sobrecarga trabalho das equipes de saúde atuantes na unidade, em especial, os médicos. De acordo com levantamentos, a UPA Areal recebe, em média, cerca de 8 mil pacientes por mês.

A entidade aguarda a decisão da Justiça para os próximos dias. Também intimou o Ministério Público para acompanhar o feito.

Por meio de nota, a prefeitura informou que não recebeu nenhuma notificação sobre a ação do Simers até o momento. Ressalta, no entanto, que todas as unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) de Pelotas estão em pleno funcionamento, o que inclui a UPA Areal, após a pandemia de Covid 19 o SUS absorveu uma grande quantidade de novos usuários. “A estimativa é que 86% da população de Pelotas é dependente do sistema atualmente”, destaca a nota. A prefeitura acrescenta que a UPA adota o protocolo de Manchester para organização do atendimento e que já sinalizou ao Simers que as reclamações de demora registradas estão concentradas nos atendimentos pouco urgentes ou não urgentes, que deveriam procurar assistência nas Unidades Básicas de Saúde.