A terça-feira, 3, na economia, vai ser marcada pela divulgação de um indicador relevante para os rumos das decisões que serão tomadas pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central na reunião marcada para os dias 10 e 11 de dezembro, a última do ano: o Produto Interno Bruto (PIB). Além disso, as incertezas fiscais acabam contaminando negativamente o preço dos ativos brasileiros, conforme alertou o Comitê em seus comunicados e atas da reunião.
“Não haverá alternativa ao Copom senão acelerar o aperto monetário na reunião de dezembro, provavelmente uma alta da taxa Selic em 75 pontos-base, elevando a taxa básica de juros de 11,25% para 12%. Há expectativas de alta de 100 pontos-base, para 12,25%”, comenta o analista Leandro Manzoni, da plataforma Investing.com.
Para ele, o resultado do PIB do terceiro trimestre deve ajudar na precificação do mercado na magnitude do aperto monetário na última reunião do Copom em 2024. A expectativa é de uma desaceleração do crescimento econômico entre julho e setembro em comparação com o trimestre anterior. No segundo trimestre, o PIB expandiu 1,4% em relação aos três primeiros meses do ano.
“Mesmo com a desaceleração, se o resultado vier acima da mediana das projeções do mercado, as apostas de alta de 100 pontos-base na Selic devem crescer. Se vier abaixo do consenso, pode haver uma tendência de apostas de avanço de 75 pontos-base na taxa Selic”, diz.
As falas de Gabriel Galípolo, atual diretor de Política Monetária e presidente do Banco Central a partir de janeiro, vão nessa direção. Em dois eventos diferentes na última semana, o futuro presidente do Banco Central enfatizou que atividade econômica e mercado de trabalho melhores do que o projetado inicialmente vão exigir uma política monetária mais restritiva.