Operação do Ministério Público do Rio Grande do Sul, nesta terça-feira, mira suspeitos de ameaçar policiais militares em Ronda Alta, no Norte gaúcho. Os alvos, integrantes de uma facção, também seriam responsáveis por registrar denúncias falsas contra os brigadianos. A ação ocorre sob o comando do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público (GAECO/MPRS), com apoio da Brigada Militar e Polícia Penal.
São cumpridos 14 mandados de prisão e 29 de busca e apreensão em Passo Fundo, Palmeira das Missões e Sarandi, além de Ronda Alta. Há ainda o bloqueio de 25 contas bancárias, tendo apenas uma destas movimentado R$ 1,9 milhão em quatro meses.
O esquema soma 32 suspeitos. Além de ameaças e denunciação caluniosa, eles também estariam envolvidos em outros delitos, como porte e posse ilegal de armas, homicídios, tráfico e lavagem de dinheiro.
A ofensiva acontece após a Corregedoria-Geral da BM ao Gaeco que pelo menos dois PMs foram alvo de falsas comunicações de delitos e infrações em Ronda Alta, acarretando na instauração de processos disciplinares sobre atos que não ocorreram. A investigação apontou que criminosos tinham forjado as denúncias para prejudicar ações ostensivas, principalmente em pontos de tráfico no município.
Conforme o promotor Manoel Antunes, responsável pela apuração, a prática de rotular ações de combate à criminalidade como “abusivas” ou “ilegais” era uma estratégia para inibir o exercício da autoridade policial e impedir investigações. “A operação de hoje demonstra que o MPRS está atento, e que acusações falsas serão duramente combatidas”, afirma. Também participam da operação os promotores Diego Pessi, Rogério Caldas e Maristela Schneider.
O grupo criminoso ainda teria um núcleo responsável por lavagem de dinheiro e ocultação de bens, com a movimentação fragmentada de valores através de laranjas. A rede seria operada o interior de unidades prisionais.
“Temos preocupação redobrada em combater facções criminosas que atentem contra integrantes das instituições públicas de segurança, agindo com rigor nesses casos”, enfatiza o coordenador do Gaeco no RS, promotor André Dal Molin.