Investigado por execução de detento em presídio de Canoas vai para prisão federal com outro apenado

Apenados conhecidos como Sapo e Sadol estavam recolhidos na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc)

Complexo Prisional de Canoas, onde Sapo teria participado da execução de Nego Jackson | Foto: Mauro Schaefer/CP

Dois detentos gaúchos foram enviados ao Sistema Penitenciário Federal. Antes disso, ambos estavam recolhidos na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc). A transferência ocorreu na manhã desta quinta-feira.

Um deles é Rafael Telles da Silva, o Sapo, 36 anos. O outro é Diogo Dutra Cachoeira, o Sadol, 38 anos. Eles seriam integrantes de um grupo criminoso oriundo do bairro Bom Jesus, na zona Leste de Porto Alegre.

Sapo é investigado por participação na morte de Jackson Peixoto Rodrigues, o Nego Jackson, 41 anos, no sábado. Contudo, o pedido de transferência dele é anterior ao crime.

Como foi a execução de Nego Jackson

Jackson foi morto a tiros na Penitenciária Estadual de Canoas 3 (Pecan 3). Ele teria sido emboscado por outros dois detentos enquanto ocorria uma conferência, que é checagem de presos, na ala de triagem.

A conferência ocorre separadamente, uma cela por vez. A porta é aberta, quem está recolhido vai ao corredor da galeria e, após averiguação, volta para dentro do recinto. Na Pecan, os policiais penais coordenam o processo de um piso superior, vigiando detentos por um chão gradeado.

De acordo com a investigação, Jackson estava na cela de número 8. Logo a frente, na cela de número 7, que fica do outro lado do corredor, havia Sapo e um jovem de 21 anos.

Após passar por conferência e antes de voltar para a cela, Sapo teria ido até a porta de Jackson para chamá-lo. Ele supostamente alegava querer apaziguar divergências.

Jackson teria ficado próximo à entrada da cela, onde conversaria através de uma portinhola aberta. Foi então que surgiu um terceiro detento, o colega de cela de Sapo, armado.

O jovem teria inserido a arma através da portinhola. Foram efetuados 12 disparos. Uma pistola calibre 9 milímetros foi apreendida. Não é descartado que a arma tenha sido enviada por um drone.

A suspeita é que Sapo teria chamado o rival na intenção de atraí-lo à porta da cela. Isso porque, quando o atirador chegou, Jackson estava próximo da portinhola aberta, sendo um alvo fácil. O plano seria atrair e distrair a vítima, para que o atirador não errasse os tiros.