O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), apurado mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), divulgado nesta quarta-feira, 27, alcançou 113,5 pontos em novembro. O crescimento registrado foi de 1,4% em relação ao mês anterior, o que reforça a continuação da recente tendência positiva, iniciada em outubro. Na comparação anual, o avanço foi de 2,9%.
O destaque positivo do mês foi o aumento da confiança nas expectativas econômicas, que cresceu 4,4% em relação ao mês anterior, atingindo 134,4 pontos – o maior nível desde outubro de 2023. Esse crescimento impulsionou o subindicador de expectativas, que subiu 2,7%, chegando a 145,7 pontos, o maior entre todos os subindicadores e o maior crescimento de novembro.
“Esse destaque pelo segundo mês consecutivo mostra a confiança dos empresários nas vendas de fim de ano e a importância desse período para o comércio. Esperamos um período de festas bem-sucedido para os empresários do setor”, afirma o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros.
INVESTIMENTOS E CONTRATAÇÕES
De acordo com o economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, o otimismo em relação aos próximos meses está motivando os comerciantes a investir mais na contratação de funcionários temporários. Esse item específico alcançou 131,3 pontos, o maior nível desde dezembro de 2022. “Esse resultado é consistente com a percepção mais positiva dos consumidores sobre o futuro do mercado de trabalho, sendo um dos dois itens que apresentaram crescimento do índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), também divulgado pela CNC”, ressalta Tavares.
Mesmo em um cenário econômico desafiador, com pressões inflacionárias e altas taxas de juros, o comércio demonstra sinais de recuperação. Houve um aumento de 0,2% na percepção das condições atuais do setor e um crescimento de 2,0% em relação à economia. O indicador de condições econômicas atuais atingiu 70,0 pontos, o nível mais alto desde março de 2024.
O aumento da confiança entre os empresários do comércio em novembro foi impulsionado especialmente por lojas de supermercados, farmácias e cosméticos, que apresentaram um crescimento de 2,3%. Setores como vestuário, tecidos e calçados também registraram avanço (1,2%), impulsionados pela alta demanda de fim de ano. No entanto, o segmento de bens duráveis foi o único a apresentar queda (-0,3%), por conta da vulnerabilidade desses produtos de maior valor em relação às taxas de juros elevadas.
“Vale destacar que todos os segmentos melhoraram suas expectativas para o setor, o que indica um momento favorável para o comércio em geral. O segmento de bens não duráveis apresentou o maior crescimento mensal (2,7%), sendo o mais confiante nas vendas de fim de ano”, observa o economista.
Além disso, supermercados, farmácias e lojas de cosméticos lideram as contratações temporárias para o período. Por outro lado, o segmento de bens duráveis deve reduzir as contratações nos próximos meses.