Inacabado, corredor humanitário de Porto Alegre vira ponto de assaltos a pedestres e motoristas

Quase quatro meses depois de ter sido anunciada como permanente, obra ainda aguarda projeto

Corredor Humanitário demanda obras de acabamento | Foto: Fabiano do Amaral

Um dos pontos simbólicos do centro de Porto Alegre, o entorno da Estação Rodoviária guarda marcas distintas da enchente histórica de 2024. Medida adotada em maio para devolver a mobilidade à região, a elevação do acesso ao Túnel da Conceição, batizada de corredor humanitário, foi tornada permanente em julho, mas ainda carece de obras que geram reclamações de motoristas e pedestres.

A insegurança é a principal queixa de quem circula no local. Ocorre que a nova ligação viária para quem chega ao Centro pela avenida Castelo Branco exigiu a elevação do trecho entre a avenida Júlio de Castilhos e o viaduto; e quase quatro meses depois, os rachões usados para a base da via permanecem expostos. São toneladas de pedras de diferentes tamanhos que em algumas situações se desprendem e vão parar no leito da Rua da Conceição. Além disso, há relatos de que criminosos arremessam os materiais contra automóveis à noite, na tentativa de cometer assaltos.

“Melhorou para o trânsito, acabou aquele ‘xis’ entre os carros que desciam da Castelo Branco e os que saiam da Júlio para pegar o túnel, mas falta terminar a obra. Se a pedra se solta, pode atingir um carro”, lembra o motorista de aplicativo Ronaldo de Jesus dos Reis, 49 anos.

Um motorista de táxi que pediu para não ser identificado afirma que colegas relataram ter sido alvo de pedradas. O fato ocorre durante a madrugada e, mesmo parcialmente demolida, a passarela de pedestres que dava acesso à Rodoviária é usada pelos criminosos.

O que diz a prefeitura

A Guarda Municipal de Porto Alegre (GM) informou que realiza rondas ostensivas em todo o território no entorno da rodoviária. O patrulhamento da região é efetuado, segundo a corporação, diuturnamente.

A Secretaria Municipal de Segurança (SMSEG) destacou a presença de totens de segurança e monitoramento na região. Quando ativado, o equipamento direciona o chamado para a GM, que pode acionar tanto o próprio efetivo quanto Brigada Militar, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Bombeiros, e outros serviços públicos.

Já a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura (Smoi) afirmou que o projeto final do corredor humanitário está sendo preparado para licitação. A pasta não informou previsão para início do processo.