“Importância das plantas tóxicas e a infestação de Senecio spp. (maria-mole) no Rio Grande do Sul” foi a palestra ministrada pelo médico veterinário do Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa em Saúde Animal Desidério Finamor (IPVDF) da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Fernando Karam. A atividade encerrou a pesquisa sobre Senecio spp. em área de abrangência do IPVDF, num convênio entre a Seapi e a Emater/RS-Ascar.
Karam falou sobre a importância das plantas tóxicas na cadeia produtiva da bovinocultura, especialmente sobre a intoxicação por “maria-mole” (Senecio spp.), com graves prejuízos, uma vez que a toxicose é evolutiva e irreversível. Destacou sua ocorrência, epidemiologia, patogenia, sinais clínicos e formas de controle da planta. “Pois não há tratamento terapêutico para os animais acometidos”, relatou. “As recomendações baseiam-se em anos de estudo e em diversos experimentos sobre a melhor forma de controle, que é através do uso de ovinos, animais que são praticamente 20 vezes mais resistentes ao princípio tóxico (alcaloides pirrolizidínicos), entre outras medidas”.
O pesquisador abordou ainda a emergência e quantificação das espécies de Senecio, pesquisa feita em 2023 e 2024 com a Emater/RS-Ascar, por meio de um convênio firmado entre a Secretaria e a instituição, em propriedades rurais de áreas de abrangência do IPVDF (Eldorado do Sul, Guaíba, Viamão e Charqueadas). “Os dados, ainda em elaboração, indicam alta infestação da planta na grande maioria das áreas pesquisadas, reforçando a necessidade de medidas de controle para diminuir o grande prejuízo econômico à bovinocultura do Rio Grande Sul”, recomendou Karam.
O médico veterinário e assistente técnico regional em sistemas de produção animal da Emater/RS-Ascar, Carlos Roberto Vieira da Cunha, destacou a importância desta pesquisa, que parte de uma demanda, de uma necessidade do campo, já que a maria-mole é um problema sanitário seríssimo, segundo ele. “Os produtores, na sua grande maioria, conhecem a maria-mole mas menosprezam o problema, porque não vêem as vacas comendo quando a planta está florida, no final da primavera. Só que o rebanho come, principalmente, no vazio forrageiro do outono/inverno, quando as plantas de Senecio spp. ainda estão pequenas. E a pesquisa vem para comprovar que o rebanho se intoxica mesmo e pode morrer em função desta intoxicação”, afirmou Vieira da Cunha.
O projeto está registrado na Divisão de Pesquisa como “SAN 038: Emergência e quantificação da infestação de Senecio spp. (maria-mole), em área de abrangência do Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor (IPVDF)”.