O Monitor do PIB-FGV aponta crescimento de 1,0% na atividade econômica no terceiro trimestre em comparação ao segundo. Em setembro, na comparação com agosto, o PIB mostrou crescimento de 0,7%. Esses resultados foram obtidos na série com ajuste sazonal. Na comparação interanual a economia cresceu 4,2% no terceiro trimestre e 4,1% em setembro. A taxa acumulada em 12 meses até setembro foi de 3,0%. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira, 21, pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV\Ibre).
“O desempenho da economia no terceiro trimestre, com crescimento de 1% na comparação com o segundo trimestre, mostra continuidade do bom desempenho da atividade econômica que vem sendo observado ao longo do ano. Pela ótica da produção, o grande destaque é o forte crescimento da indústria, que ocorreu de forma disseminada. Além disso, o setor de serviços também cresceu, a despeito de ter desacelerado, enquanto a agropecuária retraiu no trimestre. Pela ótica da demanda, o consumo e os investimentos seguem em trajetória de crescimento pelo terceiro e quarto trimestre consecutivos, respectivamente”, segundo Juliana Trece, coordenadora da pesquisa.
A análise Desagregada dos componentes da demanda foi realizada na série trimestral interanual por apresentar menor volatilidade do que as taxas mensais e aquelas ajustadas sazonalmente, permitindo melhor compreensão da trajetória de seus componentes. Em termos monetários, estima-se que o PIB acumulado até o terceiro trimestre, em valores correntes, tenha sido de R$ 8,6 trilhões.
CONSUMO DAS FAMÍLIAS
O consumo segue com elevado padrão de crescimento, embora note-se pequena desaceleração do segundo para o terceiro trimestre. O desempenho do consumo de produtos não duráveis é o principal responsável por essa desaceleração do crescimento.
A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) cresceu 9,7% no terceiro trimestre. O segmento de máquinas e equipamentos, tanto nacionais quanto importados, tem sido o destaque para o crescimento da FBCF desde o segundo trimestre, porém o segmento da construção também ampliou a sua contribuição positiva.
Os bens de consumo são o principal componente a explicar o desempenho positivo das exportações. Ainda assim, observa-se significativa desaceleração das exportações em comparação as taxas observadas em 2023, onde as exportações de produtos agropecuários e da extrativa cresceram fortemente.
O crescimento de 20,2% da importação no terceiro trimestre é o maior desde o trimestre findo em outubro de 2021 (21,3%). A importação de bens intermediários e de serviços seguem sendo as principais para esse desempenho, mas também apresentaram trajetórias ascendentes as contribuições de bens de capital e de produtos da extrativa mineral.
A taxa de investimento no terceiro trimestre de 2024 foi de 17,4%, na série a valores correntes; acima da taxa de investimentos média desde 2015 e um pouco abaixo da taxa de investimentos média desde 2000.