Quatro em cada dez brasileiros estavam inadimplentes em outubro, aponta CNDL/SPC Brasil

Total representa 68,11 milhões de consumidores nesta condição

Dinheiro

O Indicador de Inadimplência realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) aponta que quatro em cada dez brasileiros adultos (41,23%) estavam negativados em outubro de 2024, o que representa 68,11 milhões de consumidores. Em comparação com outubro de 2023, o percentual de inadimplentes do Brasil teve crescimento de 1,13% em outubro de 2024. Na passagem de setembro para outubro, o número de devedores cresceu 0,94%.

A partir dos dados disponíveis em sua base, que abrangem informações de capitais e interior de todos os 26 Estados da federação, além do Distrito Federal, a CNDL e o SPC Brasil registram que a variação anual observada em outubro deste ano ficou acima do mês anterior.

NÚMERO DE PESSOAS INADIMPLENTES

“O novo aumento da inadimplência indica um aperto financeiro persistente, principalmente para os consumidores da faixa etária de 30 a 39 anos, onde se concentra a maior parte dos devedores. Com o aumento da taxa Selic e a previsão de novas altas nos juros, o custo do crédito deve ficar pior para financiamentos e empréstimos, afetando ainda mais os consumidores endividados, principalmente aqueles com dívidas bancárias. Esta é uma situação preocupante, já que a maior parte das dívidas em atraso se concentra no setor bancário, com crescimento de 4,16% nas dívidas dessa categoria”, destaca o presidente da CNDL, José César da Costa.

NÚMERO DE PESSOAS INADIMPLENTES POR TEMPO DE ATRASO

O crescimento do indicador anual se concentrou no aumento de inclusões de devedores com tempo de inadimplência de 3 a 4 anos (25,28%). O número de devedores com participação mais expressiva em outubro está na faixa etária de 30 a 39 anos (23,70%). De acordo com a estimativa, são 16,84 milhões de pessoas registradas em cadastro de devedores nesta faixa, ou seja, metade (49,56%) dos brasileiros desse grupo etário estão negativados. A participação dos devedores por sexo segue bem distribuída, sendo 51,21% mulheres e 48,79% homens.

NÚMERO DE PESSOAS INADIMPLENTES POR FAIXA ETÁRIA E SEXO

ESTIMATIVA DE INADIMPLENTES POR FAIXA ETÁRIA

Em outubro de 2024, cada consumidor negativado devia, em média, R$ 4.425,73 na soma de todas as dívidas. Além disso, cada inadimplente devia, em média, para 2,12 empresas credoras, considerando todas essas dívidas.

NÚMERO DE PESSOAS INADIMPLENTES POR VALOR TOTAL DAS DÍVIDAS

Os dados ainda mostram que quase três em cada dez consumidores (30,93%) tinham dívidas de valor de até R$ 500, percentual que chega a 44,74% quando se fala de dívidas de até R$ 1.000. Em outubro de 2024, o número de dívidas em atraso no Brasil teve crescimento de 2,28% em relação ao mesmo período de 2023. O dado observado em outubro deste ano ficou acima da variação anual observada no mês anterior. Na passagem de setembro para outubro, o número de dívidas apresentou alta de 1,59%.

NÚMERO DE DÍVIDAS EM ATRASO

Abrindo a evolução do número de dívidas por setor credor, destacou‐se a evolução das dívidas com o setor de Bancos com crescimento de 4,16%. Em outra direção, as dívidas com o setor credor de Água e Luz (‐6,77%), Comércio (‐5,90%) e Comunicação (‐5,46%) apresentaram queda no total de dívidas em atraso.

NÚMERO DE DÍVIDAS EM ATRASO POR SETOR CREDOR

Em termos de participação, o setor credor que concentra a maior parte das dívidas é o de Bancos, com 64,93% do total. Na sequência, aparece Comércio (10,51%), o setor de Água e Luz com 10,38% e Outros com 8,22% do total de dívidas.

Na abertura por região em relação ao número de dívidas, a maior alta veio da região Centro‐Oeste (6,44%), seguida pelo Nordeste (2,46%), Sudeste (1,19%) e Norte (0,25%). Por outro lado, o Sul (‐1,68%) mostrou queda no número de dívidas na comparação anual.

Em termos regionais, o maior percentual de inadimplentes está na região Centro‐Oeste, onde 44,54% da população adulta está incluída em cadastros de devedores. Por outro lado, na região Sul, a proporção de negativados equivale a 36,66% da população adulta.