“Temos um jogo importante contra o Juventude neste final de temporada. Que todos vocês compareçam e ajudem o nosso time e possamos sair com a vitória”. Veste a camisa do Dínamo de Moscou, da Rússia, a única voz ouvida pelos lados do Grêmio desde que o confronto de hoje, às 19h, passou a ser direto na tabela de classificação do Campeonato Brasileiro. A terceirização da convocação da torcida feita por Bitello, de passagem pelo CT na semana passada, e não por nenhum jogador ou liderança do vestiário gremista, ajuda a explicar a insegurança que atravessam equipe e o clube a cinco rodadas do fim do ano.
Um ano que se mostrou com o passar do tempo peculiar com a enchente e suas consequências. Foi por causa dela e pela ausência do maior rival na decisão do Gauchão que as partidas mais importantes na Arena em 2024, pelo menos até aqui, têm o Juventude como adversário tricolor. O Gre-Nal do Brasileirão e os jogos decisivos de Copa do Brasil e Libertadores do Grêmio como mandante, por exemplo, foram disputados no Couto Pereira, em Curitiba. Ou seja, o fator local será usado como trunfo.
O aproveitamento acima dos 70% na Arena ao longo do campeonato se mostrou insuficiente na composição com a fraca campanha longe de Porto Alegre. O jogo de hoje é o primeiro dos últimos três dentro de casa. Depois, restarão ainda São Paulo e Corinthians, na última rodada. Ou seja, é preciso pontuar sob risco de aumentar a pressão.
Para que as próximas semanas não tenham o grau de preocupação dos dias sucessivos à última apresentação contra o Palmeiras, uma vitória à frente da torcida soa imperativa. As 40 mil pessoas esperadas a partir da promoção de ingresso com um associado podendo levar um acompanhante dimensionam a expectativa criada.
Nas primeiras horas do dia, Renato Portaluppi terá o relatório de como reagiram Villasanti, Aravena e Soteldo ao esquema de logística especial montado para o trio. Os jogadores viajaram em um avião particular durante a madrugada toda após servirem às seleções de seus países nos jogos de ontem pelas Eliminatórias. Sem eles e também sem Nathan Fernandes, liberado para período de treinos na Seleção Brasileira Sub-20, no Rio de Janeiro, o técnico trabalhou uma ideia de time mais ofensivo.
Na ausência do quarteto provavelmente reserva, as alternativas para o setor não são muitas. Pavon, recuperado depois de algum tempo machucado, surge como novidade. Monsalve e Cristaldo podem reaparecer juntos, embora não seja do gosto do treinador usar a dupla desde o começo, a não ser em condições específicas. Uma outra opção usada em raras ocasiões é o ingresso de Diego Costa para formar dupla de centroavantes com Braithwaite. No lugar de Jemerson, suspenso, jogará Gustavo Martins na zaga.
Independentemente da escalação há no ar uma tensão diferente da final do Gauchão, em abril. Ao contrário de sete meses atrás quando o vencedor soltaria o grito de campeão, agora o ganhador soltará o ar do alívio. Pelo menos até o próximo jogo.