Um dos principais desafios encontrados no processo de descarbonização das empresas é o chamado “escopo 3”, categoria de emissões de gases de efeito estufa (GEE) originadas de fontes que não são de propriedade ou controladas diretamente pela organização, mas sim de elementos externos, como, por exemplo, a cadeia de suprimentos. Para atuar justamente nessa dificuldade que a Zaya, greentech que elabora e simplifica o cálculo de impacto ambiental de companhias, acaba de anunciar o lançamento da plataforma de Diagnóstico de Engajamento Climático de Fornecedores.
Gratuita, a ferramenta é voltada para o diagnóstico mais completo e assertivo da emissão de gases por parte da cadeia de fornecedores. De acordo com Otávio Dutra, cofundador da Zaya, o objetivo com o lançamento é tornar muito mais simples para as marcas o processo de mensuração da maturidade e esforço dos fornecedores no que se refere à descarbonização.
“Com a plataforma conseguimos dar mais visibilidade para as empresas entenderem de forma rápida se a cadeia de suprimentos faz inventário de gases de efeito estufa, se auditam essas informações, se já compensaram ou fizeram o cálculo da pegada de carbono, entre outros insights que podem ser fundamentais para terem uma visão mais completa dos seus impactos e poderem desde já traçarem as melhores estratégias para o cumprimento de metas climáticas”, explica Dutra.
PLATAFORMA INTEGRADA
Para consolidar os números, o controle é feito diretamente dentro de uma plataforma integrada, em que o fornecedor precisará responder um formulário simples, com média de resolução de dois minutos. “Com as respostas, a ferramenta traz um retrato completo e atualizado sobre ações climáticas de toda a cadeia de fornecedores que podem ser valiosas para entender gaps e oportunidades de melhoria” diz o cofundador da Zaya.
Segundo estimativas feitas por um relatório produzido pela Howden e a BCG, o esforço para zerar a emissão de gases poluentes globalmente falando demandará um investimento de US$ 19 trilhões até o final da próxima década. Em contrapartida, o custo previsto para a medição das emissões de carbono não deve ultrapassar os R$ 2 bilhões no período, o que cria uma exigência por métodos de medição mais precisos, sobretudo para o cálculo do 3º escopo, responsável por uma emissão 11 vezes maior em comparação com as demais classificações, conforme dados do CDP.
Na visão de Dutra, uma das principais expectativas com o projeto é a expansão da noção de importância desta medição dentro da cadeia de suprimentos. “Uma mesma companhia fornece seus produtos para diversas indústrias. Queremos criar um movimento cíclico em que a maior transparência dos dados sustentáveis passem a ser uma vantagem no relacionamento por parte das marcas e sua cadeia”, acrescenta.
A ideia é que estes dados compilados sejam utilizados como diagnóstico e forneçam a base necessária para a construção de roteiros de descarbonização para ambos os lados da equação. “Para ter execução, é necessário preparação. A solução representa justamente o ponto de partida neste processo de desenvolvimento de estratégias de mitigação e adaptação às mudanças climáticas, tanto para o fornecedor, quanto para a marca receptora destes suprimentos”, conclui o cofundador da Zaya.
