O segmento do Minha Casa Minha Vida (MCMV) vendeu 46.142 unidades no 3º trimestre de 2024 no país, contra 31.403 no 3º trimestre de 2023 – alta de 46,9% nas 221 cidades pesquisadas. A participação do programa no volume total de vendas passou de 36% terceiro trimestre do ano passado para 44% neste ano. Os dados foram divulgados pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
O MCMV também teve um aumento expressivo, 31,8%, do número de lançamentos no 3º trimestre de 2024 – 47.525 novos imóveis colocados no mercado –, frente ao 3º trimestre de 2023 (36.071 imóveis lançados) – e passou a representar 50% dos lançamentos do mercado no período. No 3º trimestre de 2023 eram 46%. De janeiro a setembro de 2024, o Programa Minha Casa, Minha Vida registrou um aumento de 58,7% nos lançamentos e 43,6% nas vendas de apartamentos. Nos últimos 12 meses, esses aumentos chegaram a 50% e a 34%, respectivamente.
CUSTOS
Apesar do desempenho expressivo, a CBIC alerta para desafios que podem comprometer o ritmo do mercado em 2025. “Entre as principais preocupações estão a manutenção do orçamento do FGTS, já pressionado pela demanda crescente, e o impacto do desequilíbrio fiscal nas taxas de juros, que encarecem o crédito habitacional e os recursos livres para financiamentos”, reforça o vice-presidente de Indústria Imobiliária da CBIC, Ely Wertheim.
Além disso, o aumento nos custos, especialmente com mão de obra, pode reduzir as margens das empresas, enquanto a atratividade da renda fixa afeta o mercado de investidores. “Para sustentar o crescimento, o setor defende medidas estruturais de controle fiscal e políticas que garantam o acesso ao crédito em condições competitivas”, acrescenta o executivo. “A pesquisa mostra uma fotografia positiva, mas temos um cenário desafiador para 2025. Não apenas pelas taxas de juros, mas também pelo funding. Temos um cenário desafiador”, frisou.
“Em termos de recursos, temos garantido no FGTS (volume) idêntico ao de 2023. Se nada acontecer, teremos uma meta física menor no ano que vem, por que haverá um pequeno crescimento dos preços”, aponta Celso Petrucci. Segundo ele, a magnitude do ajuste das contas públicas a ser anunciado pelo governo federal terá impacto relevante sobre o mercado imobiliário no período vindouro. “O anúncio e a credibilidade do governo impactam a taxa de juros futuro, que é o que dita a taxa final do crédito imobiliário. É muito importante que o compromisso fiscal do governo sinalize para o pais a manutenção ou a queda dos juros futuros”.