No aniversário de 187 anos da BM, comandante-geral enaltece policiais que tombaram em serviço

Em meio a comemorações, coronel Cláudio Feoli também aponta falhas em PEC que altera atribuições federativas na segurança pública

Coronel Cláudio Feoli e ex-comandantes-gerais da BM em aniversário de 187 anos da instituição | Foto: BM / CP

É celebrado, nesta segunda-feira, o aniversário de 187 anos da Brigada Militar. A data propiciou um café da manhã no Quartel do Comando Geral da BM, em Porto Alegre, com a presença de comandantes-gerais do presente e passado da instituição. O encontro também honrou a memória de policiais que sacrificaram a vida no exercício da função, assim como serviu para debates e reflexões sobre temas da segurança pública.

O atual comandante-geral da BM, coronel Cláudio Feoli, define a corporação como um patrimônio dos gaúchos. Em meio às comemorações, o oficial chama atenção aos riscos que a tropa enfrenta diariamente na garantia da ordem, a exemplo dos soldados Rodrigo Weber Volz e Everton Kirsch Júnior, ambos mortos aos 31 anos por um criminoso em Novo Hamburgo, no final de outubro.

“É uma data que merece ser comemorada. São 187 anos de uma instituição que, mesmo sob risco de vida, sempre atende a população. Um exemplo disso ocorreu em outubro. Ao longo da história, foram mais de 600 policiais militares mortos em serviço, o que comprova a dedicação da BM perante os gaúchos. A celebração de hoje não é apenas da instituição, mas de todo o povo do Rio Grande do Sul”, aponta o comandante-geral da BM.

Ainda de acordo com Feoli, a reunião nesta manhã abordou temas como a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança. O projeto do Governo Federal, apresentado no início do mês, prevê alteração de atribuições federativas na segurança pública, como a criação de uma “nova polícia” que, além de operar em áreas federais, também poderia atuar nos estados.

O comandante-geral da BM pontua que, na prática, a proposta descambaria em centralização de poder. Para o oficial, ao invés da interferência em entes federativos, caberia à União concentrar esforços na defesa de fronteiras, o que também acabaria gerando maior segurança aos estados.

“O Brasil não é produtor de cocaína, maconha e nem de armamento. Mesmo assim, desde o início do ano, houve apreensão superior a 4 mil armas, incluindo fuzis, além da quantidade de drogas apreendidas já superar a registrada em 2023. Se a União fizesse o seu trabalho, que é defender as divisas do país, certamente teríamos os grandes centros muito mais seguros”, enfatiza o coronel.