Ainda não está resolvida a situação dos dois navios fundeados no canal de Itapuã, mas fontes ligadas ao setor portuário afirmam que está sendo providenciada, nesta quarta-feira, a troca de tripulação de ao menos um deles, o EVA Shanghai, após mais de dez dias na Lagoa dos Patos. O outro navio, o Mount Taranaki, deve ter seus tripulantes também substituídos nesta semana. A questão é climática, já que o Guaíba não subiu suficientemente para permitir a navegação das embarcações.
Aquelas com calado de cerca de cinco metros ou menos podem circular, o que não ocorre nos dois casos. Ambos saídos de Rio Grande, eles tentavam entrar em Porto Alegre com cargas de cevada e fertilizantes, mas não podem desde o final de outubro. Os dois navios estão desencalhados e fundeados no canal. O representante da praticagem junto à Marinha do Brasil e presidente do Conselho Nacional de Práticos (Conapra), José Simões, alerta que a necessidade de dragagem nesta região é urgente.
“Os navios não podem ficar sujeitos a essas esperas”, afirmou ele. “Nesta época do ano, esperamos que tenhamos níveis mais altos para que os navios maiores, que trazem principalmente fertilizantes e cevada, consigam chegar a Porto Alegre”, acrescentou. Ainda segundo ele, já houve outros encalhes, mas não nesta proporção. Enquanto isso, os prejuízos para a navegação interior gaúcha prosseguem na casa dos milhões de reais, aumentando o custo geral para os armadores, responsáveis pelos respectivos navios.
Nesta quarta-feira, o nível do Guaíba apresentou nova queda, para algo em torno de 1,55 metro, de acordo com a medição da Agência Nacional de Águas (ANA) na estação da Usina do Gasômetro, no Centro Histórico. A marca até subiu no dia anterior para níveis perto de dois metros, o que, em tese, poderia viabilizar a saída do Mount Taranaki e do EVA Shanghai do canal, porém isto ainda não está concretizado.