PF investiga fornecimento de armas para grupos indígenas em Cacique Doble, no Norte do RS

Investigados abasteciam os grupos indígenas rivais com artefatos bélicos, fomentando a violência e permitindo a escalada dos conflitos

Suspeitos de fornecer armas para grupos indígenas foram alvo da PF em Cacique Doble | Foto: Polícia Federal / CP

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta sexta-feira, uma operação voltada a investigar responsáveis pelo fornecimento de armas e munições no mercado ilegal para grupos indígenas no Norte gaúcho. Na ação, 20 agentes cumpriram cinco mandados de busca e apreensão nos municípios de Sananduva, Cacique Doble, e São José do Ouro. Foram apreendidas três espingardas, armas de pressão e mais de 120 munições.

A investigação é um desdobramento da Operação Ménés, que investigou o conflito indígena que tomou palco na Terra Indígena de Cacique Doble a partir do ano 2022, decorrente da disputa de poder por grupos rivais.

Desde aquele ano, grupos rivais disputam, de forma violenta, a conquista da liderança na Terra Indígena, que já foi palco de duas grandes operações policiais no ano 2023, em razão dos diversos crimes praticados, inclusive dolosos contra à vida. O conflito já resultou em dois homicídios, inúmeras tentativas de homicídio, incêndios criminosos, dentre outros crimes graves.

Com o avanço das investigações na Operação Menés, foi possível identificar indivíduos que seriam os responsáveis por abastecer aquele conflito com armas de fogo e munições.
Apurou-se ainda que ambos os grupos indígenas em conflito adquiriam artefatos bélicos de terceiros (não indígenas), os quais lucravam com os conflitos.

Os suspeitos incidem no crime de comércio ilegal de arma de fogo, com pena de reclusão de 6 a 12 anos e multa.