IGP-DI sobe 1,54% em setembro, aponta FGV

Ìndice acumula, com o resultado, elevação de 4,70% no ano

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O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) registrou alta expressiva de 1,54% em outubro, após um avanço de 1,03% em setembro. Com esse resultado, o índice acumula elevação de 4,70% no ano e de 5,91% nos últimos 12 meses. Em comparação, em outubro de 2023, o IGP-DI havia apresentado alta de 0,51% no mês, mas com queda acumulada de 4,27% nos 12 meses anteriores. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira, 6, pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre).

“As commodities agrícolas continuam influenciando o movimento de alta do Índice de Preços ao Produtor, sendo que bovinos, soja e milho foram as maiores contribuições. Nos preços ao consumidor, a bandeira tarifária vermelha patamar 2 fez com que a energia elétrica residencial fosse o grande destaque da alta registrada no IPC. Já no INCC, o aumento nos preços de materiais e equipamentos tem contribuído para a aceleração da inflação no setor da construção civil”, destacou Matheus Dias, economista do FGV IBRE.

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) registrou alta de 2,01% em outubro. No mês anterior, o índice havia subido 1,20%. Na análise por estágios de processamento, a taxa do grupo Bens Finais variou de 0,90% em setembro para 1,47% em outubro. A principal contribuição para este resultado partiu do subgrupo alimentos processados, cuja variação passou de 2,60% para 4,70%. O índice de Bens Finais (ex), que resulta da exclusão de alimentos in natura e combustíveis para o consumo, subiu 1,96% em outubro, contra 1,19% em setembro.

BENS INTERMEDIÁRIOS

A taxa do grupo Bens Intermediários passou de 0,62% em setembro para -0,18% em outubro. O principal responsável pelo recuo da taxa do grupo foi o subgrupo materiais e componentes para a manufatura, cuja taxa passou de 1,23% para 0,21%. O índice de Bens Intermediários (ex), calculado após a exclusão de combustíveis e lubrificantes para a produção, subiu 0,17% em outubro, alta inferior à de 1,05%, no mês anterior.

O estágio das Matérias-Primas Brutas subiu 5,09% em outubro, registando uma alta significativa em relação ao mês de setembro, quando a taxa apresentou alta de 2,19%. Contribuíram para este movimento os seguintes itens: minério de ferro (-5,82% para 11,33%), bovinos (5,87% para 14,31%) e milho em grão (4,22% para 7,57%). Em sentido oposto, vale citar os seguintes itens: soja em grão (6,51% para 3,46%), leite in natura (5,37% para 1,55%) e café em grão (5,23% para 0,78%).

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) variou 0,30% em outubro. Em setembro, o índice variara 0,63%. Cinco das oito classes de despesa componentes do índice registraram decréscimo em suas taxas de variação: Educação, Leitura e Recreação (1,51% para -1,10%), Habitação (1,72% para 1,09%), Despesas Diversas (1,85% para 0,42%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,37% para 0,25%) e Comunicação (0,31% para 0,13%). As principais contribuições para este movimento partiram dos seguintes itens: passagem aérea (8,78% para -6,33%), tarifa de eletricidade residencial (7,04% para 4,41%), cigarros (8,30% para 0,39%), artigos de higiene e cuidado pessoal (0,35% para 0,04%) e mensalidade para TV por assinatura (3,38% para 0,41%).

Em contrapartida, os grupos Transportes (-0,32% para 0,10%), Alimentação (0,04% para 0,43%) e Vestuário (-0,09% para 0,02%) apresentaram avanço em suas taxas de variação. Nestas classes de despesa, as maiores influências partiram dos seguintes itens: gasolina (-0,96% para 0,19%), hortaliças e legumes (-9,56% para -3,04%) e roupas (-0,23% para -0,06%).

CONSTRUÇÃO

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) variou 0,68% em outubro, ante 0,58% no mês anterior. Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações na passagem de setembro para outubro: Materiais e Equipamentos (0,53% para 0,73%), Serviços (0,64% para 0,56%) e Mão de Obra (0,64% para 0,63%).

O Núcleo do IPC registrou taxa de 0,35% em outubro, 0,04 ponto percentual abaixo do resultado apurado no mês anterior, de 0,39%. Dos 85 itens componentes do IPC, 44 foram excluídos do cálculo do núcleo. Destes, 28 apresentaram taxas abaixo de 0,04%, linha de corte inferior, e 16 registraram variações acima de 0,68%, linha de corte superior. O Índice de Difusão, que mede a proporção de itens com taxa de variação positiva, ficou em 59,35%, 6,12 pontos percentuais acima do registrado em setembro, quando o índice foi de 53,23%.