Preso desde quinta-feira pelo nível baixo do Guaíba, navio desencalha no Canal do Itapuã

Navio Mount Taranaki ficará circulando pela Lagoa dos Patos, enquanto aguarda elevação do nível do Guaíba para seguir viagem

O navio Mount Taranaki foi desencalhado por rebocadores no início da tarde deste domingo. A embarcação estava presa no Canal do Itapuã, em Viamão, desde a última quinta-feira, em função do baixo nível do Guaíba no local. Segundo o prático Geraldo Almeida, especialista em navegação na região, o Mount Taranaki ficará circulando pela Lagoa dos Patos, enquanto aguarda o nível do Guaíba subir nos próximos dias para seguir viagem até Porto Alegre.

O navio Mount Taranaki, que tem 175 metros de comprimento e 29 metros de largura, vinha da Argentina com carga de cevada cervejeira.

Navio Mount Taranaki desencalhou neste domingo do Canal de Itapuã | Foto: William Jadoski/Divulgação/CP

O nível do Guaíba no Canal do Itapuã estava em 0,85 metro na tarde deste domingo e só deve superar a marca de 1 metro ao longo da semana. Ainda conforme Almeida, a situação travou a navegação na região, prejudicando a atividade econômica gaúcha. Um exemplo é o caso do navio com bandeira do Panamá, Inoi, que já descarregou sua carga de fertilizantes e segue atualmente parado na estrutura portuária de Porto Alegre.

Outro, o Eva Shanghai, também panamenho, está fundeado no mesmo canal, aguardando a liberação para subir. Enquanto isso, um terceiro navio não saiu do porto de Rio Grande. De acordo com Almeida, nesta semana está prevista a chegada de mais três graneleiros, dois com carga de cevada e outro de fertilizantes.

“Estes navios começam a desistir do porto de Porto Alegre. É inviável comercialmente (a situação) desta forma”, salientou Almeida. Devido às enchentes catastróficas de maio, que trouxeram sedimentos de outros locais, a dragagem tornou-se imperativa e urgente, na opinião dele, e ações de desassoreamento anteriores não fazem mais efeito.

Questionado sobre a tripulação do Mount Taranaki, o profissional disse acreditar que está bem. “Geralmente, estes navios têm provisões para cerca de dois meses, e caso haja necessidade, uma lancha leva mais alimentos”, comentou Almeida.