O Grupo Consultivo Macroeconômico da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) projeta que o ciclo de alta dos juros levará a Selic a 12,25%. Na avaliação dos economistas, o Comitê de Política Monetária (Copom) deve aumentar a taxa em 0,50 ponto percentual na reunião desta semana e mais 0,50 em dezembro, atingindo 11,75% em 2024, mesma perspectiva da equipe de economia do Banrisul. Em janeiro de 2025 é esperada uma última alta, que fixará a taxa em 12,25%.
A reunião do Copom começa nesta terça-feira, 5, pela manhã enquanto o comunicado da decisão tomada será conhecido após o fechamento do mercado de quarta-feira, 6. Para o final do próximo ano, a mediana das expectativas indica que a Selic ficará em 11,25%, com a trajetória de queda começando no segundo semestre.
“O Banco Central deve promover mais três elevações de juros antes de estabilizar a Selic. A política monetária deve seguir apertada até o ano que vem e a expectativa é que, com menor impulso fiscal, haja redução no dinamismo do PIB e uma inflação mais controlada. Esperamos que, a partir de julho de 2025, haja espaço para um ajuste gradual nos juros para baixo”, afirma Fernando Honorato, coordenador do Grupo Consultivo Macroeconômico da ANBIMA.
A previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2024 foi revisada de 4,3% para 4,6%, e para 2025, de 3,8% para 4%, refletindo um cenário desafiador de inflação ainda acima da meta. Para Mauricio Fontana, analista financeiro do Banrisul, a projeção do indicador é de uma alta de 0,46%, fruto das altas de alimentação e bebidas, vestuário e artigos de residência. Entretanto, o alívio ficará pelo recuo dos preços das passagens aéreas (-11,5%) e da revisão da bandeira tarifária de energia elétrica.