Semana tensa com decisão de juros do Copom, do Fed e eleições nos EUA

Na sexta saem os números do IPCA de outubro que servem colocar a inflação acima do teto da meta de 4,5%

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A semana entre os dias 4 e 8 de novembro reserva a data mais aguardada do ano para a economia e para a política mundial: a eleição presidencial dos EUA. Os eleitores americanos já estão votando antecipadamente pelos Correios, com as votações presenciais ocorrendo no dia 5 de novembro. No Brasil, as atenções se voltam para a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC) que, ao que tudo indica vai acelerar o ciclo de aperto monetário na próxima semana, com a taxa subindo meio ponto percentual, de 10,75% para 11,25%, com votação unânime.

Conforme Leandro Manzoni, economista da plataforma Investing.com, o balanço de risco deve continuar assimétrico, ou seja, favorecendo fatores para uma alta inflacionária. “O comunicado deve continuar apontando a deterioração da expectativa de inflação e a alta do dólar como motivo de risco de alta da inflação no horizonte da política monetária (18 meses)”, diz. No entanto, o mercado vai ficar atento se o Copom menciona se o hiato do produto pode estar atualmente negativo, ou seja, que não deve haver espaço da economia crescer sem gerar um impacto inflacionário.

Outro ponto a ficar atento é a menção à política fiscal no comunicado do Copom: se mantém o sinal de alerta ligado ou pode ser mais incisivo. A equipe econômica do governo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu anunciar um pacote de ajuste fiscal pelo lado do gasto na semana imediatamente após a eleição municipal. No entanto, o anúncio e o tamanho do pacote ainda não ocorreu.

Entre os destaques da semana também está a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed), na quinta-feira, 7 de novembro. Após os dados do mercado de trabalho divulgados na última sexta-feira, que vieram bem mais fraco que o esperado em outubro, é amplamente esperado um corte de 0,25 ponto percentual nos juros americanos nesta semana.

O mercado projeta um corte de gastos entre R$ 40 bilhões e R$ 60 bilhões. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, cancelou a viagem que faria à Europa, prevista para esta segunda-feira, 4. Durante a viagem, Haddad passaria por Paris (França), Londres (Reino Unido), Berlim (Alemanha) e Bruxelas (Bélgica), onde se reuniria com autoridades e conversaria com investidores.cO cancelamento foi um pedido do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que contará com o ministro para resolver assuntos internos do país.

INFLAÇÃO

A semana abre com a apresentação do último Relatório Focus, consolidando as projeções do mercado para inflação, PIB e taxa Selic, antes da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom). Dois dias depois do comunicado do Copom será conhecida a inflação oficial de outubro no país. Na sexta-feira, 8, os números do IPCA de outubro devem ser divulgados com o mercado já trabalhando com uma inflação acima do teto da meta (4,5%) neste ano. Na quarta-feira, 6, mesmo dia da decisão do Copom, o BC ainda divulga o Índice de Commodities Brasil (IC-Br) de outubro.

O relatório da poupança de outubro será publicado na quinta-feira,7. Em setembro, os saques em caderneta de poupança superaram os depósitos em R$ 7,140 bilhões. Também no mesmo dia, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) divulgará os dados da balança comercial referentes a outubro. Também na quinta-feira, o destaque será a Pesquisa Industrial Mensal – Regional do IBGE, que apresenta o desempenho da indústria em diferentes estados, proporcionando uma análise detalhada da produção industrial.

A temporada de balanços no mercado norte-americano inclui dados do Mercado Livre, Airbnb e Qualcomm. No Brasil, aos resultados do 3º trimestre das empresas listadas na B3, com destaque para Petrobras, Eletrobras, Itaú, BB Seguridade, Magazine Luiza, Embraer, Cogna, Yduqs, Braskem e Casas Bahia. A semana também reserva a divulgação dos PMIs Composto e do Setor de Serviços da Zona do Euro, do Reino Unido, do Brasil, do Japão e dos EUA.