O primeiro dia de provas do Enem 2024 (Exame Nacional do Ensino Médio) começou oficialmente. Os portões dos locais de prova se abriram às 12h. E foram fechados às 13h, dando início aos trabalhos de quem estava dentro das salas de aula e à decepção de quem não conseguiu chegar.
Neste domingo (3), as provas terão duração de 5h30, com uma redação e 90 questões de matérias múltipla escolha de linguagens (língua portuguesa, literatura, língua estrangeira — inglês ou espanhol, artes, educação física e tecnologias da informação e comunicação) e de ciências humanas (história, geografia, filosofia e sociologia).
No caso da redação, ela é baseada em um tema divulgado apenas no dia da prova. O texto precisa ser dissertativo-argumentativo e ter uma proposta de intervenção. Pode ter até 30 linhas e a nota máxima é de 1.000 pontos (a desobediência de alguns critérios pode fazer com que alunos zerem a nota).
Os alunos são autorizados a sair do local de prova, sem o caderno de questões, a partir das 15h30. Se quiserem levar o caderno, precisam esperar até 18h. E o horário limite para este primeiro dia é 19h.
O Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), que organiza o Enem, imprimiu 9 milhões de provas em 18 cadernos de prova diferentes. Mais de 300 mil colaboradores trabalharam na produção e organização do exame.
Eram esperados 4.325.960 concorrentes, em 140 mil salas e 10 mil locais de prova em 1.753 municípios distribuídos pelo país.
Como é feito o cálculo da nota
Segundo o Inep, a metodologia utilizada para calcular a nota do Enem é um “conjunto de modelos matemáticos que busca representar a relação entre a probabilidade de o participante responder corretamente a uma questão, o seu conhecimento na área em que está sendo avaliado e as características das questões”.
Neste modelo, a particularidade de cada questão é considerada, de forma que a nota final não depende do total de questões acertadas, mas de quais perguntas foram respondidas de forma correta.
“Duas pessoas com a mesma quantidade de acertos na prova são avaliadas de forma distintas a depender de quais itens estão certos e errados e podem, assim, ter notas diferentes”, detalha o órgão.
O peso de cada questão é avaliado baseado em três parâmetros:
- Discriminação: diferencia os participantes que dominam o conteúdo avaliado dos que não dominam;
- Dificuldade: associado à dificuldade da habilidade avaliada na questão. Quanto maior seu valor, mais difícil é a questão; e
- Acerto casual: representa a probabilidade de um participante acertar a questão mesmo não dominando a habilidade exigida, o “chute”
O Inep indica que os valores de cada um dos três parâmetros são definidos a partir de pré-testes a nível nacional, de modo que a prova de 2024 se mantenha no mesmo nível de outros anos.
“Apesar de a nota do Enem não ser calculada diretamente pelo número de acertos, existe uma relação entre o número de acertos e a nota calculada pela Teoria de Resposta ao Item. Isso quer dizer que um participante que teve um número de acertos alto terá nota alta no Enem, e um participante que teve pouco acerto terá nota baixa”, diz o Inep.
O cálculo de cada nota é feito baseado na “coerência das respostas” de cada participante. “Espera-se que participantes que acertaram as questões difíceis devam também acertar as questões fáceis, pois, entende-se que a aquisição do conhecimento ocorre de forma cumulativa, de modo que habilidades mais complexas requerem o domínio de habilidades mais simples”, resume o instituto.