Um homem de 30 anos, acusado pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) em Tapejara, foi condenado a 28 anos de prisão por matar a tiros o senegalês Ibra Amar, de 26 anos, em 2021. Ele foi responsabilizado por homicídio e tentativa de homicídio qualificados por motivo fútil, meio que causou perigo comum e recurso que dificultou a defesa das vítimas.
O réu já se encontrava no sistema prisional pela morte do senegalês. Atuaram no Tribunal do Júri, por cerca de 12 horas, os promotores de Justiça Miguel Germano Podanosche, como substituto em atuação na comarca de Tapejara, e Valério Cogo, designado pelo Núcleo de Apoio ao Júri (NAJ) da instituição. Segundo eles, todas as teses do MPRS foram acolhidas.
“A decisão demonstra o compromisso da sociedade da Comarca de Tapejara para com a defesa da vida de todos os seus integrantes, independentemente de origem. A comarca ostenta grande população de imigrantes estrangeiros, que também são tutelados pelo direito. Com o seu trabalho, o Ministério Público deixou claro que o sonho desses estrangeiros com uma nova vida no Brasil não pode se converter em tragédias como esse bárbaro crime”, destacou Miguel Podanosche.
O CRIME
No dia 21 de janeiro de 2021, em um bar do município do Norte do Estado, o réu, que até então se encontrava em liberdade condicional decorrente de condenação por outro homicídio em 2016, estava importunando demais clientes do estabelecimento comercial. O senegalês Ibra Amar apenas solicitou que o homem se acalmasse e parasse com os insultos.
Descontente, ele saiu do local e prometeu voltar, o que ocorreu duas horas depois. O criminoso entrou atirando no bar e acertou vários tiros na vítima. Um deles também atingiu outra pessoa, que sobreviveu. Houve protestos em Tapejara e o autor dos disparos foi preso dias depois em Passo Fundo e continou detido até o júri, finalizado na noite de quinta-feira.