Déficit em conta corrente soma US$ 6,5 bi em setembro, diz BC

As reservas internacionais somaram US$372,0 bilhões, incremento de US$2,8 bilhões em relação ao mês anterior

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

​As transações correntes do balanço de pagamentos foram deficitárias em US$6,5 bilhões em setembro de 2024, ante superávit de US$268 milhões em setembro de 2023. O saldo comercial somou US$4,8 bilhões, recuo de US$3,7 bilhões na comparação interanual, e o déficit em serviços somou US$5,0 bilhões, aumento de US$1,5 bilhão. O resultado foi divulgado nesta terça-feira, 29, pelo Banco Central (BC).

O déficit em renda primária somou US$6,5 bilhões, aumento de US$1,5 bilhão, e o superávit em renda secundária totalizou US$181 milhões, redução de US$ 133 milhões na mesma base de comparação. O déficit em transações correntes nos doze meses encerrados em setembro de 2024 somou US$45,8 bilhões (2,07% do PIB), ante US$39,0 bilhões (1,76% do PIB) no mês anterior e US$25,3 bilhões (1,20% do PIB) em setembro de 2023.

A balança comercial de bens foi superavitária em US$4,8 bilhões em setembro de 2024, ante saldo positivo de US$8,5 bilhões em setembro de 2023. As exportações de bens somaram US$29,0 bilhões no mês, aumento de 0,3% em relação a setembro do ano anterior. As importações de bens totalizaram US$24,2 bilhões, correspondendo a aumento de 18,4% na mesma base de comparação.

CONTA SERVIÇOS

O déficit na conta de serviços totalizou US$5,0 bilhões no mês, ante déficit de US$3,5 bilhões em setembro de 2023, aumento de 44,4%. Na mesma base comparativa, cresceram as despesas líquidas de serviços de transportes, 49,5%, totalizando US$1,5 bilhão; aluguel de equipamentos, 11,7%, totalizando US$864 milhões; serviços de telecomunicação, computação e informações, 35,7%, totalizando US$816 milhões; e serviços de propriedade intelectual, 27,0%, totalizando US$741 milhões. As despesas líquidas com viagens internacionais aumentaram 16,2%, para US$783 milhões, resultado de redução de 6,4% nas receitas (para US$530 milhões) e de aumento de 5,9% nas despesas (para US$1,3 bilhão).

O déficit em renda primária somou US$6,5 bilhões em setembro de 2024, 28,8% maior que o déficit de US$5,1 bilhões de setembro de 2023. As despesas líquidas de lucros e dividendos, associadas aos investimentos direto e em carteira, totalizaram US$4,5 bilhões, ante US$3,0 bilhões em setembro de 2023, aumento de 52,4%. As despesas líquidas com juros somaram US$2,1 bilhões, em patamar bem próximo ao registrado em setembro de 2023.

Os investimentos diretos no país (IDP) somaram ingressos líquidos de US$5,2 bilhões em setembro de 2024, pouco acima dos US$5,1 bilhões ocorridos em setembro de 2023. Os ingressos líquidos em participação no capital atingiram US$3,7 bilhões, compreendendo US$1,5 bilhão em participação no capital exceto lucros reinvestidos e US$2,2 bilhões em lucros reinvestidos. As operações intercompanhia somaram ingressos líquidos de US$1,5 bilhão. O IDP acumulado em 12 meses totalizou US$70,7 bilhões (3,20% do PIB) no mês, ante US$70,6 bilhões (3,19% do PIB) em agosto e US$60,4 bilhões (2,87% do PIB) em setembro de 2023.

RESERVAS INTERNACIONAIS

Os investimentos em carteira no mercado doméstico totalizaram ingressos líquidos de US$3,1 bilhões em setembro de 2024, resultado de saídas líquidas de US$1,3 bilhão em ações e fundos de investimento e de ingressos líquidos de US$4,3 bilhões em títulos de dívida. Nos doze meses encerrados em setembro de 2024, os investimentos em carteira totalizaram ingressos líquidos de US$5,8 bilhões.

As reservas internacionais somaram US$372,0 bilhões em setembro de 2024, incremento de US$2,8 bilhões em relação ao mês anterior. O aumento decorreu, principalmente, de contribuições positivas de variações por preços, US$1,9 bilhão, e por paridades, US$1,5 bilhão. As receitas de juros somaram US$752 milhões. No mês, contribuiu para redução das reservas a liquidação de vendas à vista em US$1,5 bilhão.