O Índice Nacional de Confiança (INC), elaborado para a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) pela PiniOn, alcançou, em outubro, 103 pontos, mantendo estabilidade em relação a setembro, porém, diminuindo em 6,4%, na comparação com o mesmo mês do ano passado. O nível alcançado pelo INC se mantém no campo otimista (acima de 100 pontos). A sondagem foi realizada com uma amostra de 1.679 famílias, em nível nacional, residentes em capitais e cidades do interior.
Em termos regionais, os resultados apresentaram heterogeneidade: houve queda da confiança nas regiões Norte e Sul, aumento nas regiões Centro-Oeste e Sudeste e estabilidade no Nordeste. Quanto às classes socioeconômicas, os resultados também foram variados, com um leve aumento do índice para as classes AB e C, enquanto as famílias das classes D e E enfrentaram uma queda significativa.
PIORA
A percepção das famílias em relação à sua situação financeira atual apresentou uma piora, enquanto as expectativas futuras mostraram relativa estabilidade, embora tenha havido uma diminuição na sensação de segurança em relação ao emprego. “Essa piora da confiança em relação à situação atual resultou em diminuição da disposição a comprar itens de maior valor, tais como carro e casa, na propensão a adquirir bens duráveis, tais como geladeira e fogão e na intenção de investir”, diz o economista da ACSP, Ulisses Ruiz de Gamboa.
Em síntese, o Índice de Confiança (INC) de outubro demonstrou estabilidade mensal, permanecendo em território otimista, embora tenha registrado queda na comparação anual. A deterioração da percepção das famílias entrevistadas sobre a situação atual de emprego e renda pode ser atribuída à aceleração da inflação de itens essenciais, como alimentos e bebidas, que impacta o poder de compra das famílias e uma possível desaceleração na atividade econômica, que já se reflete no desempenho do varejo e do setor de serviços.