A elevada carga tributária foi o problema mais enfrentado pela indústria da construção no 3º trimestre de 2024. O entrave foi apontado por 29,2% dos empresários do setor. Empatados na 2ª posição, a falta ou alto custo de trabalhadores qualificados e a taxa de juros elevada foram assinalados por 25,4% desses industriais. Os dados são da Sondagem Indústria da Construção divulgada nesta segunda-feira (28) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
Fecham o ranking dos cinco maiores problemas enfrentados pela indústria da construção no período a falta ou alto custo da mão de obra não qualificada (22%) e a burocracia excessiva (20,5%).
A avaliação dos empresários da construção sobre a situação financeira das empresas piorou no 3º trimestre. O índice que mede a satisfação dos industriais do setor com a situação financeira atingiu 47,7 pontos, um ponto abaixo do registrado no 2º trimestre. No período que vai de julho a setembro, o índice que mede a satisfação deles com o lucro operacional caiu 0,2 ponto, para 45,4 pontos, o que revela insatisfação.
No 3º trimestre, também houve percepção de aumento do preço médio de insumos e matérias-primas, pois o indicador atingiu 61,3 pontos, acima da linha divisória de 50 pontos. No entanto, a percepção do empresário foi de alta dos preços menos intensa e disseminada do que a observada no 2º trimestre. Já o índice de facilidade de acesso ao crédito, que avançou 1,2 ponto no 3º trimestre, ficou em 40,3 pontos. Apesar do avanço, o índice ainda revela dificuldade dos empresários para acessarem esses recursos.
O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) da Construção cresceu 1,2 ponto em outubro, chegando aos 54,5 pontos, segundo maior valor do indicador em 2024. Ao se afastar da linha divisória de 50 pontos, o ICEI da Construção mostra que o otimismo dos empresários está mais forte do que em setembro. O resultado positivo se deve à melhoria das avaliações deles em relação às condições atuais e às expectativas para o futuro próximo.
“Essa alta da confiança se dá muito por conta das expectativas, que estão bastante positivas com relação aos próximos seis meses, enquanto a avaliação das condições atuais, que vinha negativa, passou para um patamar de neutralidade, demonstrando que não houve piora no desempenho das empresas e da economia, na avaliação dos empresários”, afirma Marcelo Azevedo, gerente de Análise Econômica da CNI.
Em outubro, os índices de expectativa de nível de atividade, novos empreendimentos e serviços, compras de insumos e matérias-primas, bem como de número de empregados, avançaram. Todos eles ficaram acima da linha de 50 pontos, o que significa projeções positivas para os próximos seis meses. Outra boa notícia é que o índice de intenção de investimento da indústria da construção subiu 2,5 pontos em relação a setembro, chegando aos 46,4 pontos; 8,7 pontos acima da média histórica do indicador.
O índice do nível de atividade do setor registrou 49,4 pontos em setembro. Pelo segundo mês consecutivo, o indicador ficou abaixo da linha divisória de 50 pontos. O índice do número de empregados, por sua vez, foi de 48,4 pontos, revelando queda na quantidade de trabalhadores da indústria da construção em setembro.
A Utilização da Capacidade Operacional (UCO) caiu um ponto percentual, atingindo 67%, mesmo patamar registrado em setembro de 2023. Ainda assim, está três pontos percentuais acima da média histórica para o mês, que é de 64%.