Carris celebra 99% de efetividade nas linhas de ônibus e projeta começo da eletrificação para 2025

Diretor-presidente da mais antiga empresa de ônibus em operação no país afirma mirar o futuro e relata aumento na demanda de passageiros

Empresa opera 24 linhas entre circulares e transversais, os conhecidos Ts, em todas as bacias de Porto Alegre | Foto: Aquiles Sparremberger / Divulgação / CP

Mais antiga empresa de transporte coletivo no Brasil em operação, a Carris, fundada em 1872, vive novos desafios em 2024. Depois da outorga, a companhia, conhecida pelos históricos ônibus amarelos e por operar 24 linhas entre circulares e transversais, os conhecidos Ts, em todas as bacias de Porto Alegre, afirma celebrar os índices de efetividade do serviço, que alcançou uma marca superior a 99%. Apenas na compra de 85 novos veículos, a companhia investiu R$ 90 milhões, além de outros R$ 35 milhões em infraestrutura e operações.

“Tivemos um grande desafio no início, a cidade é bastante grande, porém o sistema de transporte é bem organizado. Pudemos colocar em prática uma renovação de frota acentuada e estamos com uma série de ações, como melhor manutenção, introdução dos novos ônibus e distribuição mais adequada da mão de obra”, salientou o diretor-presidente da Carris, Leonel Bortoncello. De junho a outubro, foram adicionados 183 novos horários em diversas linhas, somando 445 viagens a mais em dias úteis em relação à média de janeiro, que representa 30 mil lugares a mais.

Na assinatura do contrato de concessão do serviço, no último dia 23 de janeiro, a Carris anunciou a compra de 62 ônibus, sendo 56 padronizados e seis articulados. Até o final de 2024, deve haver a circulação de 23 veículos além destes, ou seja, um total de 85, todos com ar-condicionado, GPS, suspensão a ar e motor padrão Euro 6, que emitem menos gases causadores do efeito estufa. Mas a eletrificação está no radar da companhia, que não participou do processo de aquisição de elétricos feito pela Prefeitura devido a estar em processo de privatização.

“Possivelmente teremos condições de operar veículos elétricos no segundo semestre do ano que vem, porém dependemos de políticas públicas para isto”, observou Bortoncello. Em oito meses, a Carris afirma que a demanda de passageiros também aumentou, de cerca de 120 mil por dia em janeiro para 152 mil em outubro. Em relação ao ano passado, o incremento foi de 8,5%. Hoje, a empresa opera com 262 veículos ativos, incluindo frota de reserva.

Para o ano que vem, o diretor-presidente estima aumentar o número de usuários das linhas da Carris em 4% a 5%, alcançando por volta de 175 a 180 mil pessoas diariamente. Para isso, a empresa afirma também investir em qualificação constante, com, por exemplo, a introdução de cursos e treinamentos, não apenas para motoristas, como também para outros profissionais, como eletricistas e mecânicos.

“Mesmo com linhas operando com demanda abaixo do normal depois da enchente, como as que passam pela região do Aeroporto Internacional Salgado Filho, por exemplo, já estamos transportando mais pessoas do que o que a empresa transportava nesta época no ano passado. Trabalhamos desde que assumimos a gestão para melhorar a operação, a qualidade e a confiabilidade do transporte público, e estamos percebendo que o retorno está vindo”, destacou Bortoncello.