Após cinco meses fechado por causa das enchentes de maio, o Aeroporto Salgado Filho retomará parcialmente suas atividades no próximo dia 21. Entre os impactos decorrentes da paralisação, o Rio Grande do Sul perdeu competitividade em vários setores. O economista-chefe da CDL Porto Alegre, Oscar Frank, destaca que o volume de transações dos serviços prestados às famílias (categoria bastante sensível ao turismo em virtude da inclusão de bares, restaurantes e hospedagem) caiu 13,9% no acumulado entre maio e agosto de 2024 em comparação com o mesmo período de 2023, de acordo com a Pesquisa Mensal dos Serviços, do IBGE.
“Além dos prejuízos para o comércio exterior, sofremos com a redução da eficiência econômica, com as pessoas tendo que se deslocar para Florianópolis ou pagar passagens bem mais caras para sair da Base Aérea de Canoas. São recursos que poderiam ter sido canalizados para outros tipos de gastos ou até mesmo para a formação de poupança”, complementa o responsável pela assessoria econômica da Entidade.
Dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial de inflação do Brasil, evidenciam o aumento dos custos com passagens aéreas. Os valores contabilizaram alta de 28,5% no acumulado dos últimos 12 meses até setembro na Região Metropolitana de Porto Alegre: quase o triplo da média nacional nesse comparativo e o maior valor entre as 16 localidades com informações disponíveis.
O painel da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) atesta que a tarifa média dos voos domésticos com origem em Canoas atingiu R$ 1.104,39 em agosto. É um valor 67,1% maior do que o registrado em igual mês de 2023 para rotas nacionais com partida em Porto Alegre (R$ 660,90).
Outra métrica com fonte na ANAC diz respeito ao número de passageiros transportados no RS. De maio a agosto, os aeroportos gaúchos movimentaram 616,1 mil viajantes, ou seja, queda de 78,7% no confronto com a mesma janela de 2023 (2,9 milhões), computando voos nacionais e internacionais com origem ou destino no Estado.