Porto Alegre contrata estudo para sistema de proteção contra cheias na zona sul

Contrato prevê a elaboração de estudo hidrológico para analisar todas as informações históricas de estatísticas das cotas de inundação da Capital

Foto: Mauro Schaefer / Correio do Povo

A prefeitura de Porto Alegre formalizou, nesta terça-feira, a contratação de estudos para ampliação do sistema de proteção contra cheias em direção à zona sul da cidade, da Avenida Diário de Notícias até a divisa com Viamão. O objetivo é analisar a melhor solução para dar continuidade ao atual sistema de proteção por mais 50 km ao longo do Guaíba.
O contrato prevê a elaboração de estudo hidrológico para analisar todas as informações históricas de estatísticas das cotas de inundação da Capital para definir a nova cota de projeto e estudo hidrodinâmico para definir a cota da crista do dique.

A partir daí, a empresa contratada deverá desenvolver a concepção do projeto para sistema de proteção da zona sul, com duas propostas de cenários para proteção das áreas dentro da nova cota de segurança, que posteriormente serão discutidas com a população. Além disso, o estudo deve prever áreas de amortecimento e localização de novas Estações de Bombeamento de Água Pluvial (Ebaps), indicando alterações urbanísticas necessárias ao longo do potencial dique e a estimativa de custo para as intervenções.

“O sistema, concebido pela União na década de 1960, deixou de fora a zona sul da cidade. Neste momento é importante pensarmos o futuro e definirmos em conjunto com os moradores soluções para este território. Já houve estudos pontuais para a região, mas agora vamos conceber um sistema de proteção completo para nossa cidade”, afirma o coordenador do Escritório de Reconstrução e Adaptação Climática, secretário municipal de Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade, Germano Bremm.

Modernização

Para melhorar os 68 km do sistema existente, também serão realizados diversos estudos, entre eles a avaliação da tendência de modificação da precipitação devido às mudanças climáticas considerando os cenários do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), compatibilização com os projetos de urbanização previstos para o Cais Mauá e entorno e avaliação da necessidade de elevação da altura do dique.

“O sistema de proteção contra cheias da Capital foi submetido ao seu primeiro grande teste em maio de 2024, e a enchente evidenciou as falhas que precisam ser corrigidas. A presença de especialistas no assunto, ao lado dos técnicos da Prefeitura, será fundamental neste momento de reconstrução – que demanda, também, a projeção de novas estruturas nas áreas urbanizadas mais tardiamente”, ressalta o diretor-geral do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), Maurício Loss.

A contratação da empresa Rhama Analysis, comandada pelo professor Carlos Eduardo Tucci, foi viabilizada pelo Escritório de Reconstrução e Adaptação Climática e pelo Dmae e tem investimento de R$ 5.810.679,27, oriundos do Departamento.