Policiais gaúchos em apoio a agentes de São Paulo prenderam seis suspeitos de extorsão mediante sequestro em São Paulo. O refém era um caminhoneiro de 28 anos, natural de Novo Hamburgo, no Vale do Sinos. A ação ocorreu no final de semana, mas foi divulgada no início desta tarde.
Foi a esposa da vítima que entrou em contato com a 1ª Delegacia de Repressão a Roubos (1ª DR), vinculada ao Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). Ela relatou que o marido trabalha como caminhoneiro e, na última quinta-feira, teria aceitado buscar uma carga na capital paulista.
Ocorre que, ao chegar em São Paulo, o homem foi sequestrado. Foi então que mulher passou a receber ligações em que criminosos exigiam R$ 40 mil, sob ameaça de matar a vítima caso o montante não fosse entregue. Os contatos eram feitos através do celular do companheiro dela.
De acordo com o titular da (1ª DR), João Paulo de Abreu, os sequestradores fingiram ser contratantes em um site de fretes para atrair a vítima do Rio Grande do Sul para São Paulo. O caminhoneiro foi sequestrado, na sexta-feira, quando foi até o local combinado para buscar suposta entrega.
“A vítima aderiu a um falso pedido de frete, que havia sido anunciado em uma plataforma online. Infelizmente, é cada vez mais comum que aplicativos e sites sirvam para o uso de criminosos. Já contatamos a empresa responsável pelo portal, para exigir esclarecimentos sobre o ocorrido”, afirmou o delegado João Paulo de Abreu.
O caminhoneiro foi resgatado no início da madrugada de sábado, por volta das 0h30min. Além dos agentes gaúchos, com apoio de policiais civis de SP, através da Delegacia Antissequestro (DAS) do Departamento de Operações Policiais Estratégicas (DOPE).
Não houve pagamento de nenhum valor para o resgate. Conforme João Paulo de Abreu, por meio do celular da vítima e da ação conjunta com policiais paulistas, foi possível rastrear o cativeiro, que ficava na localidade conhecida como Vila Nova Jaraguá.
O titular da 1ª DR adiciona que os sequestradores perceberam a operação, abandonaram a vítima no interior do cativeiro e ainda tentaram fugir, mas acabaram sendo presos no entorno do local. O caminhoneiro foi localizado em bom estado de saúde, porém traumatizado. Ele se recupera após ter sido alvo de agressões e ameaças de morte.
A investigação ainda não apontou indícios de uma relação direta entre os suspeitos e o grupo criminoso paulista Primeiro Comando da Capital (PCC). Entretanto, foi apurado que, antes de migrarem para sequestros, a quadrilha atuava no tráfico de drogas.
“Sabemos que, antes dos criminosos se tornarem sequestradores, eles eram traficantes. Eles simplesmente mudaram o ramo de atuação no crime. Isso é algo que está acontecendo com frequência, porque o crime organizado já percebeu que é mais fácil fazer vítimas através de aplicativos e sites”, ponderou o delegado João Paulo de Abreu.
